O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou hoje que a CDU está apostada em salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e advertiu que a perda de valências no hospital de Chaves é um retrato do país.

Num dia dedicado a Trás-os-Montes, o líder comunista defendeu também o regresso do comboio ao vale do Tua.

“Nós estamos apostados em salvar o SNS e, para isso, são precisas opções diferentes do que aquelas que estão em curso, que são opções de desmantelamento do SNS, como o encerramento de valências aqui no hospital que, infelizmente, é um retrato do país”, afirmou.

Em Chaves, a comitiva da CDU liderada por Paulo Raimundo e o cabeça-de-lista às legislativas pelo distrito de Vila Real, Luís Ferreira, percorreu algumas ruas da cidade até à porta do Hospital de Chaves, incluído na Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No início de novembro as urgências pediátrica e de ortopedia, bem como os internamentos nestes serviços, foram suspensos na unidade de Chaves, uma medida que se deveu à falta de médicos, nomeadamente devido à indisponibilidade para realizar mais horas extraordinárias além das 150 previstas na lei.

No entanto, desde a Páscoa de 2023 que a urgência pediatria teve vários períodos de interrupção.

No início do ano houve uma reposição do serviço de ortopedia, mas a urgência pediátrica apenas está a funcionar das 08:00 às 20:00, entre segunda e sexta-feira, está fechada ao fim de semana e não há internamento.

Para resolver o problema da saúde, nomeadamente no Interior do país, Paulo Raimundo defendeu medidas especiais que resolvam problemas estruturais e evitem o “definhamento total”.

“O problema central do SNS é a falta de profissionais, nós temos que apostar em medidas que permitam fixar os profissionais e isso obriga a respeitá-los, a valorizá-los e a melhorar as suas condições de trabalho”, afirmou, destacando a proposta da CDU que passa por uma “majoração salarial de 50% para fixar os profissionais no regime de exclusividade no SNS”.

De Chaves para Mirandela, já no distrito de Bragança, Paulo Raimundo quis ver com os próprios olhos um comboio que está parado há anos na estação daquela cidade.

“Temos uma linha, um comboio que está disponível e 10 milhões de euros que foram entregues a um privado, onde está a dificuldade em resolver isso? Não há estrutura do Estado para resolver isso, não há capacidade do estado para resolver isso?”, questionou.

O líder comunista falava sobre o plano de mobilidade do vale do Tua, que previa o regresso do comboio, mas que continua sem data para avançar no terreno.

“Entregue-se a gestão à CP de uma vez por todas, se o privado não corresponde àquilo que estava contratualizado e que nunca corresponderia, por isto não é um problema de negócio, é um problema de mobilidade, e os privados tenderão sempre a procurar um negócio e não necessariamente responder à mobilidade, se é assim então que rapidamente se resolva isto”, defendeu.

O plano de mobilidade é a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua, mas a barragem já está em produção e as populações continuam sem comboio, apesar de os investimentos necessários estarem realizados.

Os equipamentos estão prontos e a parte turística foi entregue ao operador Mário Ferreira, com um pacote de 10 milhões de euros disponibilizados pela EDP, a antiga concessionária da barragem.

A parte turística inclui também passeios de barco na nova albufeira que submergiu cerca de 20 quilómetros da antiga linha do Tua, entretanto desativada e que foi recuperada para continuar a funcionar em pouco mais de 30 quilómetros entre a Brunheda e Mirandela.

“Vamos continuar a denunciar e a mobilizar as populações para essa exigência. O país tem meios, tem recursos que têm que ser postos ao serviço das populações, essa é que é a grande questão”, salientou Paulo Raimundo.



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