A Cooperativa dos Olivicultores de Murça conquistou, em 2021, 19 medalhas em concursos internacionais, aumentou 30% nas vendas de azeite e está a investir 400 mil euros numa nova linha de extração e na diminuição da fatura energética.

O presidente da direção da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, Francisco Ribeiro, disse hoje à agência Lusa que o reconhecimento internacional ajuda a criar novos canais, a conquistar parceiros novos e a aumentar as vendas.

Recentemente o azeite “Porca de Murça” conquistou cinco medalhas de ouro no Concurso Internacional Olivinus 2021, que decorreu na Argentina e é considerado um dos maiores concursos do mundo.

Francisco Ribeiro referiu que os cinco lotes colocados a concurso obtiveram cinco medalhas de ouro naquele que considerou ser um dos “mais prestigiados concursos do mundo”, que contou com a “participação de mais de 200 empresas do setor oriundas de 17 países”.

Segundo o responsável, neste ano, em que a cooperativa celebra o 65.º aniversário, o seu azeite conquistou um total de 19 medalhas (ouro e prata) em concursos que se realizaram na Argentina, Israel, Japão, Itália, Canadá, Inglaterra e Portugal.

O presidente da direção disse ainda que, nos primeiros nove meses do ano, as vendas aumentaram “cerca de 30%” comparativamente com 2020, traduzindo-se na venda “de meio milhão de litros”, o “equivalente à produção quase toda do ano passado”.

A exportação representa entre 20 a 22% do volume de negócios e os principais mercados são a Alemanha, França, Canadá, Suíça e alguns países nórdicos.

“Notámos, principalmente no primeiro e segundos trimestres deste ano, um aumento de consumo em embalagens de maior dimensão e, notoriamente, a procura de produtos de maior qualidade”, referiu.

Francisco Ribeiro explicou que as “percas verificadas no canal Horeca (restauração, hotelaria) foram muito recompensadas pelo consumo em casa”.

“E esta notoriedade que se ganha com os concursos internacionais ajuda a essas vendas”, sustentou.

A cooperativa vai lançar nas próximas semanas uma “nova loja ‘online’, mais moderna, com novos canais de pagamento e que tem como objetivo facilitar a venda direita ao consumidor final” e “encurtar os intermediários”.

Neste momento está já a preparar a campanha 2021/2022, que arranca em novembro, estando a ser montada uma nova linha de extração, um investimento de cerca de 300 mil euros que visa duplicar a capacidade de extração e, assim, diminuir o tempo de espera da azeitona para a transformação.

“Quanto menos tempo demorar melhor qualidade vamos ter no produto final”, salientou Francisco Ribeiro.

O responsável perspetiva um “ano de produção ligeiramente inferior” ao ano passado. Em 2020, foram produzidos três milhões de quilos de azeitona e, nesta campanha, as previsões apontam para menos 800 toneladas colhidas em Murça.

“Em algumas zonas as oliveiras estão muito bonitas, a floração foi boa e a chuva no final da época estival ajudou a fazer alguma seleção natural da azeitona. Não foi também um ano com muitas pragas”, referiu.

Como preocupação para esta campanha, Francisco Ribeiro apontou o aumento do preço das embalagens (plásticos, garrafas e papelão), e dos custos dos combustíveis e também da energia. “Tudo isto está a sufocar a indústria”, frisou.

Já a pensar no aumento da fatura energética, a organização concorreu a uma linha de apoio governamental para a colocação de painéis fotovoltaicos e, no âmbito deste projeto, vai instalar cerca de 500 metros quadrados de painéis.

Trata-se de um investimento 200 mil euros que vai permitir reduzir em “um terço por ano” o custo da energia desta cooperativa que possui cerca de mil associados.

Nos últimos quatro anos, a instituição aumentou em 16% a capacidade de armazenamento para dar resposta ao também aumento de produção e, na última campanha, pagou 40 cêntimos por quilo de azeitona, mais IVA, aos associados 15 dias depois do levantamento do azeite para autoconsumo.

Fotografia: António Pereira



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