Nascido em Vilela do Douro, concelho de Sabrosa, no distrito de Vila Real, em 02 de setembro de 1936, José Alberto Loureiro dos Santos foi ministro da Defesa Nacional entre 1978 e 1980 nos IV e V Governos Constitucionais, chefiados por Carlos Mota Pinto e Maria de Lourdes Pintassilgo, ambos executivos de iniciativa presidencial de Ramalho Eanes.

Militar do ramo de artilharia, Loureiro dos Santos foi vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, em 1977, e Chefe do Estado-Maior do Exército.

Cumpriu duas comissões no Ultramar, em Angola (1962/1965) e Cabo Verde (1972/1974), foi secretário do Conselho da Revolução no 'verão quente' de 1975 e, como major, participou no planeamento e execução das operações que contiveram o golpe de 25 de novembro de 1975. Passou à reserva em 1993.

Com larga experiência académica, o ex-ministro e chefe militar lecionou no Instituto de Estudos Superiores Militares, do qual fez parte do conselho científico, e no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), no qual foi membro do Conselho de Honra.

Loureiro dos Santos foi também escritor, com vasta obra, e conferencista e deu ainda inúmeras conferências, tendo colaborado em vários órgãos de comunicação social sobre temas de geoestratégia e de geopolítica.

Morreu aos 82 anos, em Lisboa, vítima de doença.

 

O Presidente da República lembrou hoje o “inesquecível” general Loureiro dos Santos, considerando justo que se projete a sua pedagogia e “visão de futuro”, num momento “tão importante para a sociedade portuguesa, Europa e mundo”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa mensagem em vídeo gravada que encerrou hoje a cerimónia de homenagem ao general Loureiro dos Santos - antigo ministro da Defesa e ex-Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), que morreu em 2018 – no Instituto Universitário Militar (IUM), em Lisboa.

“É justo que seja evocado, é justo que seja louvado e é justo que se projete aquilo que foi o seu ensino, a sua pesquisa, a sua pedagogia, a sua visão de futuro num momento tão importante para a sociedade portuguesa, para a Europa e para o mundo”, considerou.

O chefe de Estado português recordou o general Loureiro dos Santos como um homem “superiormente inteligente, anomalamente dotado em termos de apreensão da realidade, com uma capacidade de se informar e de refletir sobre a informação recolhida, de uma desenvoltura em variados domínios e ao mesmo tempo de uma capacidade de expressão e, portanto, de pedagogia na universidade (…) como na opinião pública em geral”.

“Dominava os meios de comunicação social como poucos: tanto conhecia a realidade interna, como a realidade europeia como a realidade mundial, acompanhava a geopolítica permanentemente”, realçou, fazendo-o “por carreira, mas sobretudo por vocação”.

Marcelo destacou que o general “tinha prazer nessa sua busca da realidade e o acompanhamento dos pormenores, num mundo que mudava tanto”.

“E depois estudava, gostava de estudar, gostava de elaborar, gostava de elaborar sobre as Forças Armadas portuguesas, sobre o conceito estratégico de Defesa Nacional, sobre o futuro da instituição militar no nosso país”, salientou.

O Presidente evocou os tempos em que foi presidente da Assembleia Municipal de Cascais, para apontar que nesse período teve oportunidade de conviver com o general Loureiro dos Santos no seu “comando do CIAAC [Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Cascais]”.

“Que era experiência nova porque era conhecido como conselheiro político, conselheiro militar, teórico, pedagogo, comunicador, mas não tanto em funções de comando. Pois demonstrou a mesma aptidão nessas funções de comando, e não mais deixaria de demonstrar”, considerou.

 

General Loureiro dos Santos

O que tem de ser tem muita força

de Maria Luísa Meireles Silva 

SINOPSE

O general Loureiro dos Santos teve um papel fundamental no moldar do pensamento militar do pós-25 de Abril. Foi um doutrinador e é o grande mestre da moderna escola de Estratégia em Portugal.
«Levei muito mais tempo do que queria a escrever esta história de um homem que, fui percebendo, esteve sempre à frente do seu tempo. As circunstâncias do seu nascimento não predestinavam à partida o que lhe reservou o destino.

Fui descobrindo a par e passo as voltas da sua vida, com admiração e a consciência de que a sua história é inspiradora para todos quantos, com talento, inteligência e estudo, atingem patamares inesperados.»



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