A Direção-Geral de Concorrência só foi notificada do pedido do Governo para um novo modelo de financiamento da ligação aérea entre Bragança, Vila Real e Lisboa a 26 de março - demasiado tarde para pÎr os aviões no ar até ao final desse mês, como prometeu Passos Coelho, em janeiro. Por isso, ontem, os autarcas de Bragança exigiram que o Governo diga \\"olhos nos olhos\\" se os voos serão, de facto, retomados.

A DG Concorrência assegurou ao JN só ter recebido o pedido formal do Governo a 26 de março. Questionada sobre a hipótese de tomar uma decisão em poucos dias, fonte oficial disse que estas matérias demoram \\"semanas ou meses\\" a decidir. Atendendo a que, após a decisão final, será preciso lançar concurso público e escolher o vencedor, pode admitir-se que a retoma do serviço demorará, na melhor hipótese, meses.

A fonte disse, ainda, serem usuais contactos prévios com as autoridades nacionais, para discutir o tema antes da notificação oficial. Isso mesmo disse o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, quando questionado pelo JN sobre o facto de só ter formalizado o pedido três dias antes do prazo prometido pelo primeiro-ministro. \\"Estamos em contacto com a Comissão Europeia desde o final de 2012\\", quando os aviões ficaram em terra. \\"Quisemos maximizar a probabilidade de o modelo proposto, semelhante ao que existe nas Ilhas, seja aprovado. A proposta inclui os residentes mas também os trabalhadores deslocados\\", oriundos de outras regiões, disse.

Autarcas pedem resposta

Na reunião de ontem, o autarca de Bragança assegurou continuar a acreditar que a ligação será retomada, mas mostrou-se desapontado pela ausência de Sérgio Monteiro, que garantiu ter convidado. \\"Mesmo que não haja soluções, [os governantes] têm obrigação de vir à região\\", disse Jorge Nunes.

A linha aérea implicava um subsídio anual de 2,5 milhões de euros e parou a 27 de novembro de 2012 - algo previsível já que o contrato com a Aerovip acabou em janeiro de 2012 e, desde então, era renovado por ajuste direto.

Em outubro, mediante o fim do pagamento do subsídio pelo Estado, os trabalhadores começaram a receber as cartas de rescisão. Um mês depois o serviço parou.



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