O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, disse hoje que a situação epidemiológica no concelho, que tem perto de 900 casos ativos de Covid-19, continua “a ser muito preocupante”, apesar da ligeira descida do número de casos.

“A nossa situação continua a ser muito preocupante. Há uma ligeira descida do número de contágios semanais, que queremos que continue nessa curva descendente e nos possa retirar desta situação problemática”, realçou o autarca de Chaves, no distrito de Vila Real.

Nuno Vaz falava após a visita ao posto fixo de testes rápidos da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que está instalado no mercado municipal e resulta da parceria entre o município, a delegação de Chaves da CVP e a Escola Superior de Enfermagem da CVP-Alto Tâmega.

Lembrando que a situação no concelho de Chaves continua a “inspirar muita preocupação”, o autarca reforçou ainda as queixas pela “informação insuficiente” a que tem acesso.

“Esta informação é importante não só para comunicar aos cidadãos, mas também para poder tomar decisões para ajudar a montante a melhorar a resposta e diminuir o potencial risco [de contágio]”, salientou.

Segundo o boletim epidemiológico da Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso de quarta-feira, registavam-se no concelho de Chaves 891 casos na fase ativa da doença e 102 pessoas em isolamento, sendo a taxa de incidência dos últimos 14 dias de 2033,4 casos por cem mil habitantes.

Na quinta-feira, segundo um relatório da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) a que a Lusa teve acesso, Chaves era o concelho que apresentava a maior taxa de incidência, com a mesma a fixar-se nos 2.363 casos por 100 mil habitantes a cada 14 dias.

Segundo os mesmos dados, no distrito de Vila Real, que totaliza menos 20% de novos casos de infeção, também os municípios de Alijó, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, Boticas e Chaves registaram menos 30% do número de novos casos.

Nuno Vaz manifestou ainda a preocupação com a saúde da população em geral, quer com os infetados com o novo coronavírus, quer com as restantes doenças.

“Sabemos que estes contágios em massa que aconteceram atingiram particularmente os lares, que têm pessoas vulneráveis com um conjunto de doenças e idade avançada, e podemos ter de lamentar mais óbitos do que aqueles já registados”, apontou.

“Preocupa-nos também a pressão crescente que o número de pessoas infetadas com sintomas relevantes está a provocar nos serviços de saúde, e o que implica na atividade normal. Há outros problemas de saúde que têm de ser tratados”, acrescentou.

O autarca socialista referiu ainda que o posto fixo de testes rápidos da Cruz Vermelha Portuguesa instalado em Chaves é mais uma resposta para travar a pandemia no concelho.

“Pelo que é a procura que tem tido já durante hoje, parece-nos que os cidadãos querem saber efetivamente em que situação de saúde se encontram”, destacou.

O presidente da delegação de Chaves da CVP, Hélder Pereira, explicou que o local está para já aberto às sextas-feiras, mas que poderá ser aumentada a capacidade de resposta conforme as solicitações, sendo que espera um aumento de procura perto do Natal.

“Com o aproximar dos dias festivos a procura pode ter um incremento, pois as pessoas que vão passar o Natal e o Ano Novo vão querer estar em segurança com a família. Esta é uma forma de ajudar a passar as festas com mais alguma segurança”, frisou, garantido haver 'stock' suficiente caso a solicitação para testes aumente.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.570.398 mortos resultantes de mais de 68,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 5.278 pessoas dos 335.207 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.



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