O presidente da Confederação do Agricultores de Portugal CAP) defendeu hoje que os políticos deveriam olhar para a agricultura como uma atividade fundamental para o país e não encará-la como o último «refúgio» em tempo de crise.

\"Quando há crises económicas, ou crises de emprego a agricultura está constantemente na ordem do dia. No entanto, logo que o país começa a desenvolver-se, os políticos esquecem-se de que a agricultura continua a ser importante\", disse à Lusa João Machado.

O dirigente falava à margem das Jornadas de Vitivinicultura e Olivicultura que hoje decorreram em Mogadouro, uma iniciativa que juntou algumas dezenas de agricultores e contou com o apoio da autarquia e da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro e Vinhos de Trás-os-Montes.

Segundo o dirigente, a agricultura é um setor da atividade económica que tem hoje em dia uma função de estruturação do território e de defesa ambiental \"extraordinária\".

\"Por estes motivos, temos que pedir aos políticos e a quem nos governa que mantenham a agricultura como uma atividade fundamental para o país\", acrescentou.

João Machado relembrou que todos os estudos internacionais dizem que todos temos de produzir mais nos próximos 30 ou 40 anos e Portugal não foge disso\" já importarmos mais que aquilo que exportamos\".

\" A balança agrícola nacional não é equilibrada, porque por vezes, não temos por parte dos poderes públicos e políticos os apoios necessários, por isso a agricultura é uma atividade com muitos avanços e recuos não sendo vista pelas gerações mais novas como atividade de futuro e isto tem de mudar\", frisou João Machado.

O responsável pela CAP avançou que 80 por cento do território português é rural e têm que estar preenchido por população ao serviço do ambiente, desenvolvimento do território, mas sobre tudo ao serviço da economia do país.

\" A agricultura é uma atividade estruturante e não permite avanços e recuos provocados por fatores políticos\", defendeu.

O presidente da CAP sustentou ainda que é preciso \" valorizar a agricultura\" aos olhos dos mais jovens, \" para que eles a possam abraçar a atividade agrícola\".

\" Hoje ao contrário do que a maioria da população portuguesa pensa, a agricultura é desenvolvimento, tecnologia, investigação ou marketing\", acrescentou o dirigente.

O dirigente afirmou que durante várias décadas Portugal não investiu na agricultura, situação que considerou \"um erro\".



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