O presidente da Metro Ligeiro de Mirandela lançou um ultimato à CP para que, até 20 de Maio, decida se vai ou não suportar as despesas (250 mil euros) que a MLM tem para assegurar o transporte ferroviário até ao Tua.

José Silvano apresentou a proposta durante a Assembleia-Geral da MLM, empresa que tem como accionistas a Autarquia de Mirandela, com 90%, e a CP com os restantes 10%. \"Se a resposta for negativa, vamos romper o contrato de prestação de serviço com a CP\", garante o também presidente do Município de Mirandela, por entender que os custos deixaram de se justificar depois das últimas declarações da secretária de Estado dos Transportes. Para o edil, \"é evidente que a linha vai encerrar\" depois de a secretária de Estado Ana Paula Vitorino ter confirmado que o futuro da ferrovia depende de uma decisão sobre a barragem de Foz Tua.

José Silvano interpreta essas afirmações como \"um recuo\", já que tinha afirmado anteriormente que a via reabriria depois de 30 de Março e que teria de ser encontrada uma alternativa ferroviária à inundação que a barragem irá provocar no actual troço.

O metro de Mirandela faz o transporte na linha do Tua, ao serviço da CP, recebendo anualmente uma compensação de 124,5 mil euros, que cobre apenas cerca de metade dos custos operacionais, de acordo com dados da empresa. Os prejuízos acumulam-se de ano para ano, justificados pelo serviço público que a linha prestava às populações. Há oito meses que a circulação está suspensa na maior parte da sua extensão, entre o Cachão e o Tua, desde o acidente de 22 de Agosto que causou uma vítima mortal.

Nos últimos dois anos, a circulação esteve suspensa por largos períodos devido à sucessão de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais. José Silvano explicou, ao JN, que o serviço que está a ser prestado na linha do Tua à CP \"obriga\" a manter nove funcionários e três carruagens, que \"não se justificam com a linha encerrada\", acrescenta o autarca.

Se a CP não suportar a totalidade dos custos com o funcionamento da linha, então a empresa assegurará apenas o serviço entre Carvalhais e o Cachão, cuja concessão está atribuída ao MLM, com a consequente reorganização da empresa. Dos nove funcionários actuais, pode haver uma redução para quatro, que \"podem ser reclassificados e integrar outros serviços do Município\", afirma Silvano.



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