Bragança, Chaves, Mirandela e Vila Real são cidades que podem servir de base a este tipo de capitalidade. Ou seja, nos últimos dez anos a densidade populacional destes centros urbanos engrossou à custa da agonia das freguesias dos respectivos concelhos, cada vez mais desertificadas. Enquanto fecham as escolas do mundo rural, estas cidades transmontanas vão recebendo jovens casais que, não vendo na agricultura um futuro risonho, mudam-se de armas e bagagens para os centros mais urbanos.
Na origem destas das novas aglomerações citadinas, poderão estar as redes e vias de comunicação que permitem o contacto rápido entre os vários núcleos urbanos, bem como a criação de dinâmicas públicas e privadas, com as respectivas políticas urbanas e de desenvolvimento regional que permitiram criar atractivos para que as populações se fixem nessas regiões.
Por isso, Vila Real, Bragança, Chaves e Mirandela viram aumentar a população nas freguesias dos centros urbanos e, também, em freguesias limítrofes, o que atesta o crescimento físico das próprias cidades. Estes foram, de resto, os únicos concelhos de Trás-os-Montes e Alto Douro onde o saldo populacional dos últimos dez anos é positivo. Nem mesmo as jovens cidades de Valpaços e Macedo de Cavaleiros conseguiram evitar a fuga de pessoas.

1991-2001
Saldo altamente negativo

Apesar da pujança das cidades de Bragança, Vila Real Mirandela e Chaves, o saldo é claramente negativo para Trás-os-Montes e Alto Douro. Isto porque a perda populacional dos últimos dez anos ascende às 28.814 pessoas.
Em 1991 viviam no distrito de Bragança 157.709 pessoas. Dez anos depois, a população caiu para 148.839 residentes, o que se traduz num decréscimo de 8.870 pessoas.
O mesmo se passou no distrito de Vila Real. Entre 1991 e 2001, a população passou de 236.294 para 223.327 habitantes, registando-se um saldo negativo de 12.967 residentes.
Nos concelhos durienses de Armamar, Lamego, Meda, S. João da Pesqueira, Tabuaço e Vila Nova de Foz CÎa o panorama não é mais risonho. Dos 65.208 habitantes em 1991, restam 59.461, o que se traduz numa perda de 5.747 residentes.
Tudo somado, há dez anos Trás-os-Montes e Alto Douro era uma região onde viviam 466.657 pessoas. Hoje há registo de 437.837, menos do que nos concelhos do Porto e Vila Nova de Gaia, que acolhe 550 mil habitantes!



PARTILHAR:

Colóquio sobre o tema do ensino do português em França

Escavações arqueológicas terminam no final do mês