A recuperação da falida empresa Lacticínios Progresso, em Vila Flor, foi considerado inviável pela nova administração, depois de calculado o investimento necessário para pÎr de novo a fábrica a laborar, divulgou ontem uma fonte ligada ao processo.
Após ter sido feito o inventário do equipamento existente e das suas condições, a administração concluiu que são necessários 100 mil contos para tornar a empresa operacional, valor cinco vezes superior aos 20 mil contos inicialmente previstos.
Segundo Abreu Lima, representante dos trabalhadores no conselho de administração, "ao verificar um diferencial tão elevado, o banco (BCP) não está disposto a fazer esse investimento".
Esta nova administração assumiu funções no âmbito do processo de falência da Lacticínios Progresso, que culminou em Fevereiro de 2000, no Tribunal de Vila Flor, com a aprovação da viabilização da empresa pela assembleia de credores.
A empresa, produtora de várias marcas de queijo e que procedia à recolha de leite junto de diversos produtores da região, encerrou em 1998 com um passivo de 2,2 milhões de contos, com a banca e os produtores de leite a assumirem-se como os principais credores.
Metade deste valor está concentrado em apenas um credor - o BCPA- Banco de Investimento, SA, que é agora o principal "dono" da empresa, juntamente com os produtores de leite.
Depois de feita a inventariação dos equipamentos da empresa e de uma vistoria das entidades competentes, verificou-se que grande parte do material está obsoleto ou degradado, sendo necessário um investimento de 100 mil contos para renovar toda a linha recolha, produção e distribuição.
"O banco só está disposto a aceitar as novas condições se os restantes credores, nomeadamente os produtores de leite, diminuírem drasticamente o valor das dívidas a pagar", anunciou Abreu Lima.
Segundo disse, foi decidido convocar nova assembleia de credores para ser discutida esta proposta, que será marcada pelo Tribunal, embora o representante dos produtores de leite reconheça que "o processo está já muito fragilizado".
Abreu Lima concorda com a perspectiva de que é necessário ser a assembleia de credores a deliberar sobre a nova situação, mas disse não creditar que os agricultores estejam dispostos a abrir mão dos seus créditos, por se encontrarem já numa situação "muito angustiante".



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