A região transmontana vai ser o local privilegiado de observação, em Portugal, de um eclipse do sol previsto para 03 de Outubro, ocorrência registada pela última vez em território nacional há quase um século.

Segundo disse hoje à agência Lusa Alfredina Campos, do Observatório Astronómico de Lisboa, trata-se de um eclipse anular, em que a lua se coloca entre a terra e o sol, tapando o astro rei, mas não na totalidade.

Se as condições climatéricas proporcionarem um céu limpo, será visível no céu, no auge do eclipse, uma esfera escura com um anel de luz em volta.

Segundo explicou a astrónoma, haverá redução de luz solar, embora menos intensa que num eclipse total.

Em Portugal, um fenómeno destes não ocorre desde 1912, com a mesma amplitude, e a região de Trás-os-Montes será o local privilegiado de observação, nomeadamente as localidades de Bragança, Chaves, Miranda do Douro, Montalegre e Vinhais.

Os curiosos que se encontrarem nestas zonas vão poder ver durante cerca de quatro minutos o auge do eclipse, o momento em que a terra, lua e sol estão alinhados, e que terá uma duração prevista de quatro minutos e 32 segundos.

O eclipse será também visível em outras cidades de Norte a Sul de Portugal, mas com menor intensidade.

O fenómeno só será observável na sua plenitude em zonas situadas na chamada \"faixa da anularidade\" ou faixa central, que começa no Atlântico Norte, passando pelo Norte de Portugal, Espanha, Ilhas Baleares, e cruzando o continente africano em direcção a sudeste, passando pela Argélia, Tunísia, Sudão, sudoeste da Etiópia, Quénia e estremo sul da Somália, terminando no Oceano Índico.

O eclipse começa às 07:36 e termina às 13:28, hora de Lisboa, e é no continente africano, concretamente no Sudão, o ponto central de observação.

A última vez que um eclipse anular foi avistado em Portugal com esta magnitude foi em 1912, doze anos depois de os portugueses terem tido também a oportunidade de assistir a um eclipse total.

Em Agosto de 1999, Portugal foi também um dos pontos de observação do mais recente eclipse total, porém não foi visível na sua plenitude.

Á semelhança do que aconteceu nessa ocasião, o Observatório Astronómico de Lisboa e o Ministério da Saúde vão disponibilizar, para o eclipse de 03 de Outubro, óculos de protecção apropriados para observar o fenómeno, que serão postos à venda nas farmácias.

Os especialistas recomendam que o eclipse não seja observado a olho nu, pois pode provocar lesões irreparáveis na vista.

Os mesmos efeitos prejudiciais podem ter a utilização de filtros caseiros, CD+s, disquetes, radiografias, negativos de fotografias ou os vulgares óculos de sol.



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