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Era uma vez uma fábula rica

Retrato de chrys
Chrys Chrystello

Era uma vez uma fábula rica

Era uma vez uma fábula rica (podia ser em Trás-os-Montes )

Era uma vez uma terra muito rica, muito rica, sempre e cada vez mais, mais e mais rica. Era tão rica que muitos dos melhores saíam para outros países e nem voltavam. Os mais pobres voltavam todos os anos em procissões várias numa companhia de caravelas das Índias Ocidentais que andava sempre às turras com ventos e marés e jamais cumpria horários de monção.

Aquela terra que era tão rica foi vivendo pacatamente esquecida do mundo, em mares de bruma e nevoeiros de são joão, com ventos de mata vacas, alguns tremores e vulcões quase silenciosos até que dia os pobres de outras partes do mundo descobrira aquele povo de gente feliz com vacas e desatou a  querer ir visitar e conhecer, talvez para aprenderem os seus segredos que se escondiam por uma governança alternada  de duas décadas em duas décadas, em que ora uns ora outros dividiam entre si e os seus as riquezas infindas  que a terra lhes proporcionava, sempre com novas riquezas a serem anunciadas.

Escondida sob tanta riqueza havia a pedofilia, a violência doméstica, o mau aproveitamento escolar e outras maleitas como os maus tratos a idosos e a cientistas, que aparentemente não eram muito apreciados por aquelas bandas. Lá surgia de vez em quando um ou escândalo, mas como sempre a indignação das gentes nunca durava mais do que três dias bem contados que aquele povo temente a deus, amante da bola e da música dolente não tinha capacidade de se concentrar muito tempo sobre um só tema. Quando uma vez alguém mandou desviar um helicóptero por mero nepotismo familiar algumas vozes se ergueram a exigir a saída do capataz, mas quem saiu foi o chefe do pessoal menor. Quando as coisas não corriam bem na educação nunca era culpa de quem mandava, mas sim um dos seus subordinados imediatos que era prontamente removido como quem afasta uma mosca irritante como aquelas que vi lá na Austrália Ocidental, quando as pessoas abanavam as mãos naquilo que se chamava o Australian salute e abanavam o chapéu cheio de rolhas de cortiça penduradas. Tenho de admitir imodestamente que gostei desta analogia.

As  gentes, felizes, nem se apercebiam dessa mudança de moscas e perpetuavam a abúlica apatia de séculos de costas vergadas e chapéu na mão, sem se aperceberem de que a terra muito rica era comandada à distância or uns senhores que a tinha arrendado com a condição de não fazerem obras nem benfeitorias na terra para que ela não perdesse o seu valor. De tantos em tantos anos, os senhores visitavam as terrinhas todas acenando, distribuindo beijos e abraços e a promessa de dias sempre melhores e mais ricos, ouviam um ou outro queixume das gentes ingratas e prometiam satisfazer esse descontentamento na primeira oportunidade. E assim, ano após ano, as pessoas iam sendo promovidas ou demitidas para calar esses descontentes. Felizmente havia milhares e milhares de interessados em substituir os infelizes demitidos e tudo podia continuar na mesma desde que todos o fizessem a uma única voz sempre com a força de aquela ser a mais rica terra e de mais gente feliz na terra.

E quando chegasse o dia de mudar de arrendatários, os que tinham ficado sem estradas, sem escolas, sem polidesportivos, e sem grandes festivais teriam a sua vez enquanto os outros que já tinham tudo isso esperavam que a roda da fortuna mudasse. E eu aqui neste canto da ilha do Arcanjo espero que chegue o dia de ver uma nova estrada entre a Lomba da Maia e a Maia sem andar nela com o credo na boca à espera que a estrada desabe de vez, mas olhando em volta só vejo gente rica, feliz como as vacas que me rodeiam….

Para do Diário dos Açores e Diário de Trás-os-Montes

Chrys Chrystello, Jornalista

[MEEA/AJA (Australian Journalists' Association –

Membro Honorário Vitalício nº 2977131, 1983-2018) carteira profissional AU3804]

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