O Vaticano aprovou a criação do primeiro seminário interdiocesano em Portugal, instalado em Braga, e que juntam as dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego, Viseu, sendo destinado a formação de futuros sacerdotes, numa única estrutura, foi hoje anunciado.

“Este seminário maior interdiocesano é resultado de um percurso das dioceses de Bragança-Miranda, Lamego, Guarda e Viseu que remonta a 1992. Trata-se do primeiro seminário do seu género em Portugal e ficará instalado em Braga. Quando falamos num semanário maior, falamos da formação inicial de padres que depois é complementada com formação intelectual na Universidade Católica”, disse à Lusa o bispo da diocese Bragança - Miranda, Nuno Almeida, o anfitrião desta iniciativa.

O anúncio foi feito na Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, e juntou os bispos destas quatro dioceses do interior norte e centro, que abrangem mais de 742 mil residentes.

O prelado transmontano disse ainda que hoje foram apresentados os estatutos que solidificam e dão força jurídica, canónica e civil a este primeiro seminário maior interdiocesano do país.

“As quatro dioceses envolvidas na criação deste primeiro seminário interdiocesano vão partilhar a responsabilidade na formação dos seus seminaristas. (...) É, de facto, uma experiência nova”, indicou Nuno Almeida.

O bispo diocesano acrescentou ainda que este novo seminário interdiocesano oferece motivos de esperança para a dinamização da pastoral vocacional, porque os seminaristas que frequentam este lugar trazem às suas dioceses novas vivências.

“Há desafios muito concretos que hoje se colocam à pastoral vocacional, no seio da igreja, como é o mundo digital, que se atualmente se colocam às famílias e as próprias dioceses”, vincou o prelado.

A cada ano letivo, o seminário maior diocesano de São José, em Braga, terá a supervisão de uma dos bispos das quatro dioceses envolvidas neste novo projeto.

“Os estatutos do novo seminário preveem uma responsabilidade partilhada, independente de que cada uma das dioceses tenha ou não alunos em formação neste novo espaço. Haverá ainda um sacerdote que fará parte da componente letiva, que será liderada por um reitor. Cada um dos bispos será a cada ano, uma espécie de moderador nestas funções”, frisou Nuno Almeida.

Por seu lado, o padre António Almeida, o reitor do seminário interdiocesano de São José, em Braga, disse que em termos práticos o que tem de novo este processo é o reconhecimento da Santa Sé (Vaticano) para seguir com o processo formativo dos futuros padres.

“Há aqui uma comunhão presbiterial entre as quatro dioceses. Temos documentos importantes da Igreja para obedecer neste processo formativo dos futuros padres. A grande novidade deste processo é que as comunidades passam a saber que há uma unidade formativa para sacerdócio, atestada e vigiada pela Santa Sé ”, enfatizou.

Até aqui havia um ou mais semanários por diocese e com a união destas quatro dioceses passa a haver um seminário interdiocesano que não se fecha em si, estando aberto às outras dioceses do país, sempre com o acompanhamento e supervisão do Vaticano.



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