2005 poderá ser o ano decisivo da dinamização do complexo do Cachão. Esta é a convicção do administrador da Agro Industrial do Nordeste (AIN), empresa intermunicipal que gere o complexo.

António Lemos Mendonça, filho mais velho de Camilo de Mendonça, principal impulsionador do complexo em 1964, está há um ano no cargo e confessa que tem sido um trabalho moroso de estudo e de definição das linhas estratégicas para a dinamização do complexo.

Mendonça não tem dúvidas que, se tudo continuar como está, \"o Cachão está condenado ao fracasso\". Por isso, apresentou, em Assembleia Geral, as prioridades a médio e longo prazo para viabilizar o projecto \"Transformar o complexo em condomínio industrial com a venda de algumas unidades aos industriais instalados, para permitir que estes façam os seus investimentos e, ao mesmo tempo, permitir-nos realizar capital para a criação de uma empresa de comercialização de produtos de Trás os Montes e Alto Douro\".

Além disso, a AIN está a negociar com a PEC Nordeste a aquisição ou arrendamento do matadouro do Cachão, o que poderia ajudar a desenvolver a referida empresa com os produtos de salsicharia.

Esta opção tem tido receptividade na administração da PEC, tendo em conta os prejuízos que a unidade de abate está a ter nos últimos tempos, fruto da falta de investimento e da nova estratégia do Estado, que tem vindo a sair do sector das carnes nos últimos anos, das quatro empresas do grupo PEC existentes no país, três foram privatizadas.

Caso se concretize o negócio, o complexo do Cachão também resolve parcialmente o problema da falta de uma estação de tratamento de efluentes, que provoca um grave problema de poluição do rio Tua, dado que todas as empresas atiram os detritos directamente para o rio. Com a provável aquisição do matadouro, a ETAR poderia servir para todo o complexo. Só para se ter uma ideia da gravidade da situação, em épocas de maior laboração das empresas, os efluentes produzidos no complexo correspondem ao que é produzido numa cidade com 70 mil habitantes.

Um elefante branco

O complexo agro-industrial do Cachão foi criado em 1964 com uma área de 9 hectares e foi responsável por larga fatia de oferta de trabalho, apoio aos agricultores e criação de riqueza da região transmontana.

O grande impulsionador foi Camilo de Mendonça, conhecedor da região e seu acérrimo defensor, que pretendia valorizar e expandir as produções agro-pecuárias regionais, pela transformação industrial e consequente comercialização para o mercado interno, embora a sua maior capacidade, onde tinha maior repercussão, fosse o mercado externo.

Desenvolveu unidades de fruticultura, horticultura, destilação de vinhos e azeites e criando mais mil postos de trabalho.



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