Portugal continental vai continuar em situação de calamidade até 15 de novembro e 121 concelhos, localizados sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, vão estar em confinamento parcial a partir de quarta-feira, determinou hoje o Governo.

Em reunião extraordinária do Conselho de Ministros foi aprovado hoje um conjunto de “medidas com máxima eficácia e mínima perturbação” para controlar a pandemia de covid-19, sem avançar, para já, o estado de emergência.

Apesar de a decisão do Governo ter sido de prolongar a situação de calamidade, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que já solicitou ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma audiência para eventual declaração do estado de emergência nos concelhos com maior taxa de contágios com o novo coronavírus.

Sobre a identificação dos concelhos com risco elevado, o executivo decidiu aplicar o critério geral do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) que é “mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias”, prevendo uma exceção para surtos localizados em concelhos de baixa densidade.

+++ Concelhos com risco elevado +++

Seguindo o critério de “mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias” e em função da proximidade com um outro concelho nessa situação, 121 concelhos de Portugal continental vão ser sujeitos ao confinamento parcial a partir de quarta-feira.

A lista de concelhos será atualizada a cada 15 dias, seguindo o mesmo critério (mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias).

Em Trás-os-Montes estas medidas abrangem, a partir de quarta-feira, os concelhos de: Alfândega da Fé, Alijó, Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mesão Frio, Mogadouro, Mondim de Basto, Murça,  Peso da Régua, Ribeira da Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Vila Flor, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real.

 

Líder da Comunidade do Alto Tâmega convicto do sucesso das medidas do Governo

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega, Orlando Alves, disse hoje à Lusa estar convicto de que as medidas anunciadas pelo Governo de combate à covid-19 vão alterar o cenário na região nas próximas duas semanas.

Cento e vinte e um municípios vão ficar abrangidos, a partir de quarta-feira, pelo dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, devido à covid-19, anunciou hoje o Governo.

No caso da CIM do Alto Tâmega, estão abrangidos pelo confinamento parcial três dos seis concelhos, Chaves, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, ficando de fora Boticas, Montalegre e Valpaços.

"O critério está correto, é pragmático e feito com objetividade e penso que será inquestionável", disse o autarca socialista, que preside também à Câmara de Montalegre, em reação ao anúncio feito pelo primeiro-ministro, António Costa.

Orlando Alves afirmou sentir-se "confortável e satisfeito" por ver "a audácia" do governante pela forma como "pegou no assunto".

"O Governo entendeu ser esta a melhor forma. Certamente que o bastonário da Ordem dos Médicos terá outra visão da coisa, tal como o dos Farmacêuticos, mas quem manda é que decide", frisou.

E prosseguiu: "Estou absolutamente convencido de que dentro de quinze dias o cenário estará diferente para melhor. Na semana passada, Montalegre estava no mapa do país como sendo um dos concelhos de risco e, esta semana, isso já não acontece".



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