O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) escreveu uma «carta aberta» ao embaixador de Portugal em Paris, onde tece fortes críticas ao diplomata português. José Machado recusa publicamente o convite que o embaixador lhe formulou para participar num jantar comemorativo do Dia de Portugal.

As razões que levaram o presidente do CCP a tornar pública esta sua posição, relacionam-se com o facto de ter tido conhecimento que, para tal jantar, somente seriam convidadas umas 20 ou 30 personalidades da comunidade, facto que o deixou «deveras surpreendido».

«O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é, como o seu nome indica, um dia especial em que as "forças vivas" da comunidade, pela sua presença na Embaixada, manifestam o seu desejo de unidade e de apego à Pátria. Ora, não penso que as "forças vivas" da comunidade se limitem a 20 ou 30 personalidades, escolhidas não se sabe com que critérios e com que objectivos», refere José Machado na sua carta.

Mais adiante, o presidente do CCP deixa no ar algumas interrogações: «No passado, este dia foi sempre um dia especial, de encontro e de convívio, entre todos aqueles que eram convidados, dirigentes associativos, artistas, empresários e outros actores que na sua permanência no estrangeiro honram Portugal. Porquê limitar este ano o convite a tão pouca gente? Razões orçamentais? Outras razões?».

O facto do embaixador não ter convidado para o referido jantar os 16 conselheiros do CCP eleitos pelos portugueses de França, também merece a censura de José Machado. «Na minha qualidade de Presidente do Conselho Mundial das Comunidades Portuguesas, não posso deixar de manifestar o meu desagrado por esses companheiros terem ficado de fora e com eles, outras dezenas de compatriotas que, habitualmente, pela sua presença nesse dia, exprimiam a solidariedade que nos deve unir a todos».

A finalizar a sua missiva, o presidente do CCP diz lamentar ter de recusar o convite que o embaixador lhe endereçou para participar no jantar do Dia de Portugal, esperando, no entanto, encontrar o diplomata português num quadro diferente, onde possam, juntos «reflectir sobre o passado, o presente e o futuro da comunidade portuguesa de França no todo nacional».



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