Vimioso é um concelho marcado pela desertificação, que reduziu nos últimos anos a população a pouco mais de cinco mil habitantes, distribuídos por 14 freguesias e 22 povoações. E o presidente da Câmara, José Rodrigues, não deixa de apontar o dedo ao poder central, que considera "ter feito pouco pelo concelho".

As acessibilidades são uma "prioridade" para o autarca, eleito em Dezembro. Um das vias que desde logo salienta é a ligação Vimioso/ Outeiro, que, refere, "seria uma saída" para o concelho, e está pendente por causa de "factores de impacte ambiental".

A beneficiação da estrada que liga a vila a Caçarelhos e da própria ponte sobre o rio Angueira, que o autarca diz esperar que não caia entretanto, é também uma meta a curto prazo. E é igualmente "necessária" a repavimentação do troço Vimioso/ Mogadouro via Algoso.

Na saúde, a construção do novo centro de saúde, cujo arranque foi anunciado recentemente pelo actual secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde, Adão Silva, em Bragança, e que segundo a calendarização então avançada deverá estar concluído até ao final de 2003, deverá vir a colmatar uma "falha" da actual estrutura, apontada pelo autarca: a "falta de meios humanos e instrumentais".

No ensino, José Rodrigues quer ver a actual escola EB 2,3 alargada ao ensino secundário já no próximo ano lectivo, o que defende ser "um meio para ajudar à fixação de população". Segundo José Rodrigues, muitas pessoas de Vimioso optam por comprar casa em Bragança para poderem acompanhar os filhos na escola.

Turismo e produtos

No sector do turismo, a primeira observação de José Rodrigues vai para a "escassez de camas" para albergar os visitantes. Na vila em si existem apenas 20 camas, e no resto do concelho outras vinte. Uma situação complementada com duas habitações de turismo rural. Para colmatar esta carência, chegou em tempos a ser criada, segundo o autarca, uma sociedade anónima que alguns munícipes estão agora interessados em revitalizar, uma intenção que José Rodrigues garante apoiar.

Mas a autarquia quer também apostar nos produtos "fortes" do concelho, como o azeite. Existe a possibilidade de vir a ser criado em Santulhão, uma das maiores freguesias do concelho, um lagar, destinado à produção e ao engarrafamento de azeite. Outros produtos como a castanha, e ainda a pecuária, são também "componentes enriquecedores" da economia local no âmbito agrícola. A caça é, segundo o autarca, outra mais valia local do concelho, onde quer ver criada uma zona de caça municipal que poderá vir a abranger uma área de 13 mil hectares.

O investimento no aproveitamento dos recursos fluviais do concelho, traçado por três rios, o Sabor, o Angueira e o Maçãs, já integrados na Rede Natura, está também nos planos do executivo autárquico. A construção de mini-hídricas para produção e venda de energia à EDP é uma das possibilidades avançadas pelo autarca.

A rota da terra Fria também passa por Vimioso, e José Rodrigues está convencido de que daí poderão advir "algumas mais valias". Uma das obras implicadas e que o autarca refere é a ligação de Matela a Algoso, e a beneficiação de algum património arquitectónico nas aldeias, bem como o arranjo urbanístico de alguns largos, nomeadamente em Argozelo e na própria vila de Vimioso. Também em Algoso está prevista a conclusão da última fase dos arranjos exteriores do castelo, classificado como monumento nacional, à semelhança do que acontece com a igreja matriz de Vimioso.



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