Os Comerciantes de Carrazeda de Ansiães estão descontentes com o resultado das obras de beneficiação das ruas. A falta de lugares de estacionamento lidera a lista de protestos contra a intervenção levada a cabo pela Câmara Municipal. Dizem que vão perder clientes e há mesmo um comerciante que já mudou o seu supermercado de lugar por temer quebras no negócio.

\\"Foi o que ele fez melhor e em bom tempo\\", salienta o agora ex-vizinho e cabeleireiro, Carlos Ribeiro. O seu estabelecimento situa-se na Rua do Marechal Gomes da Costa, onde os protestos são mais audíveis, dado que já se percebe a configuração com que vai ficar passeios mais largos e baixos, via de circulação de viaturas mais estreita e lugares de aparcamento reduzidos a duas pequenas áreas.

Acontece que o estacionamento de viaturas parece ser \\"o que mais interessa\\" a João Mesquita, proprietário de um café. Entende que se os clientes não tiverem onde deixar os carros \\"vão para outro lado\\". Carlos Ribeiro salienta que \\"não se admite haver passeios tão largos para poucos peões\\", sugerindo que a Câmara poderia ter pensado em fazer \\"passeios só de um lado e do outro lugares de estacionamento\\".

\\"Passeios largos de mais\\"

Carlos de Deus, morador da rua, brinca com a largura dos passeios, observando que as pessoas \\"têm tendência para emagrecer, pelo que não se justifica uma largura de metro e meio\\". Sem lugares para aparcar carros, admite que muitos comércios poderão mudar- -se para outras zonas da vila. \\"Vão dar cabo desta rua\\", acusa. Há também comerciantes que protestam contra o levantamento que a rua sofreu e que deixa os passeios quase ao nível das soleiras das portas, o que facilita a entrada de água quando chove muito. Na passada quinta-feira, pelo menos três lojas sofreram pequenas inundações por esse motivo.

A lavandaria de Fátima Ventura foi uma das que foram invadidas pela água, o que motivou a visita de técnicos da Autarquia. \\"Prometeram que vão pÎr aqui na rua uma conduta de águas, com grelhas, para evitar estas situações\\", adianta a comerciante.

Andar a pé

O presidente do Município de Carrazeda de Ansiães, Eugénio de Castro, salienta que a reacção dos comerciantes não o surpreende. Lamenta que se queira manter o velho hábito de se querer \\"entrar de carro para casa e para as lojas\\". Pensa que o comércio \\"não será afectado\\", dando o exemplo dos grandes centros comerciais das cidades, que \\"normalmente nem têm trânsito automóvel\\". \\"Não será incómodo para ninguém andar alguns metros a pé\\", observa.

Por outro lado, tendo em conta que muitos dos lugares que existiam eram virtuais, pois era proibido estacionar, Eugénio de Castro admite que a vila até poderá ficar a ganhar com a intervenção em curso, para além de que o centro cívico, naquela artéria, vai dispor de um parque subterrâneo para o efeito.

Requalificação é investimento de um milhão

A requalificação do núcleo urbano da vila de Carrazeda de Ansiães representa um investimento de um milhão de euros e vai contribuir para a sua valorização, tornando-o moderno e funcional.

Segundo o presidente da Câmara, Eugénio de Castro, estão a ser criadas condições para o de-senvolvimento do comércio, sector que classifica como \"o mais parado do concelho\", ressalvando que há algumas excepções.

Os trabalhos estão a ser executados de forma faseada, no sentido de se aproveitar a intervenção para substituir as redes de água e saneamento. Passeios, pavimento e iluminação pública também são substituídos. Os trabalhos causam transtornos variados às pessoas, sobretudo em dias de chuva, mas a maior parte reconhece que há muito a vila precisava de uma nova imagem.

Com o mesmo objectivo está já em fase de concurso público a beneficiação do extenso troço da Rua de Luís de Camões entre o quartel dos bombeiros e o cruzamento de Luzelos. Na imediações desta localidade falta concluir a ligação da variante à Estrada Nacional 214, que a ainda não avançou devido a um diferendo entre a Estradas de Portugal e a Câmara.

A Autarquia defendia a construção de uma rotunda, que não foi aprovada pela primeira, apesar de se tratar de um cruzamento perigoso. Um pequeno troço esburacado da nova estrada que liga Carrazeda de Ansiães a Pinhal do Norte, junto à zona industrial, vai entrar em obras em breve. Foram abertas na semana passada as propostas que responderam ao concurso público. Desconhece-se o vencedor.



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