O Movimento Cívico pela Linha do Tua defendeu esta quarta-feira a utilização de outro tipo de material circulante naquela via-férrea, por entender que as actuais composições do metro de Mirandela são «desadequadas» ao serviço.

André Pires, elemento daquela organização, considerou, em declarações à Agência Lusa, ser necessária a utilização de outro tipo de material \"que existe\" e que a CP possui, dando uma \"garantia de maior conforto, comodidade e segurança para os passageiros\".

\"As actuais composições do metro de Mirandela são de material considerado leve e mais susceptível a eventuais descarrilamentos do que, por exemplo, as antigas napolitanas, que eram utilizadas pela CP em vias estreitas como a do Tua\", explicou.

Em todas as viagens que tem feito na Linha do Tua, André Pires ouve queixas dos passageiros em relação ao desconforto de ter de viajar de pé durante quase duas horas, tempo que demora a viagem entre Mirandela e o Tua.

Outras das queixas que o membro do Movimento tem registado é relativa à falta de sanitários nas carruagens.

No que respeita à questão da lotação, o presidente do Metro de Mirandela, que faz o transporte ao serviço da CP, José Silvano explicou que o acordo celebrado entre estas duas entidades só permite que seja acoplada uma nova carruagem quando a que está ao serviço tiver mais de 54 pessoas - 27 sentadas e 27 de pé.

\"O metro de Mirandela foi criado em 1995 para fazer o percurso urbano nesta cidade transmontana e quando se perspectivava o encerramento da Linha do Tua foi celebrado este acordo em que o metro de Mirandela recebe 120 mil euros por ano, pelo aluguer das carruagens que fazem a viagem ao serviço da CP\", explicou.

Depois de conhecer hoje as conclusões do relatório preliminar ao acidente de sexta-feira, o presidente do Metro de Mirandela pediu que a investigação seja alargada para analisar se estas carruagens são as mais adequadas a este percurso.

O Movimento Cívico pela Linha do Tua diz mesmo que a CP \"tem actualmente material de via estreita abandonado e a degradar-se que podia ser aproveitado para esta linha, oferecendo condições de conforto, comodidade e segurança que as composições do metro não têm\".

O acidente de sexta-feira na Linha do Tua provocou um morto e 43 feridos, entre os 47 ocupantes da carruagem, a maioria turistas, que seguia de Mirandela para o Tua.

A carruagem descarrilou próximo da estação da Brunheda, numa zona onde já ocorreram quatro acidentes num ano e meio, que provocaram quatro mortos.

O mais grave ocorreu em Fevereiro de 2007, tendo morrido três ferroviários.



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