O autarca de Vinhais, Américo Pereira, exige alterações ao Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho por ser entrave à expansão da área de castanheiros, não permitindo o cultivo de alguns dos melhores solos.

Está em marcha um projecto de expansão da área de castanheiros em Trás-os-Montes, que prevê o aumento da área dos soutos nos concelhos de Bragança, Vinhais e Valpaços, o que levará à duplicação da produção dentro de 15 anos. No entanto, o Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho(POPNM) é um entrave à expansão da fileira da castanha na Terra Fria, nomeadamente nos concelhos de Bragança e Vinhais, porque o modelo de gestão proposto não é compatível com a estratégia de crescimento do número de soutos que já está em marcha, onde são utilizadas técnicas de cultura mais inovadoras do que as habituais no sector.

O modelo proposto para o aumento da produção é revolucionário, e não tem nada a ver com as técnicas tradicionais de produção. Actualmente, em Vinhais, já se plantam castanheiro com rega gota-a-gota, mas o Plano de Ordenamento caminha no sentido de não se alterar o uso do solo, bem como prevê que, na maior parte dos locais, não sejam realizadas alterações às culturas existentes.

«O que nós queremos é transformar terras improdutivas em produtivas com castanheiro e isto vai criar conflitos com o parque», explicou o presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira.

As restrições propostas pelo POPNM funcionam por zonas e, em algumas «é absolutamente proibitivo cultivar, mas são essas as mais indicadas para a produção de castanheiros», explicou o autarca. Américo Pereira considera que as restrições apontadas pelo documento vão acabar por transformar o Montesinho «num ninho para caçadores furtivos e incendiários».

Perante estes argumentos, o edil não sugere ao Governo que rasgue o POPNM, mas que tenha em atenção o problema da expansão dos soutos, «deve ser adaptado a esta realidade», afirmou.



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