Esperançada com a criação do Conselho (mundial) das Comunidades Portuguesas, logo no início do actual governo socialista, a Comunidade Portuguesa do Brasil imaginou que- finalmente- tínhamos, em Lisboa, um executivo preocupado com todos os cidadãos da República, fosse qual fosse o local de sua residência.

Acolhida pela nossa casa das leis- uma vez que, na Assembléia da República o C.C.P., tinha sido aprovado (Lei 48/96) PELA TOTALIDADE DOS DEPUTADOS DE PORTUGAL!!!- a iniciativa do governo fora por todos bem vinda, acarinhada, apoiada, aplaudida. E a Nação, alheada e ignorante, em quase tudo quanto aos emigrantes, e a seus familiares e compatriotas concerne, apenas sabe, por alto, que as remessas em divisas estrangeiras, há muitas décadas vem cobrindo déficits e salvando os Orçamentos do Estado, em substituição às especiarias das Índias, ao açúcar de Pernambuco, ao escravos da Guiné, e ao ouro das Minas Gerais.

É certo que, especialmente nas aldeias, foram bem conhecidas as mansões dos “brasileiros”, e até a nossa literatura a eles se refere (afinal, o genial Eça ,era filho de brasileiro) como muito famosas são as associações luso-brasileiras como as CENTENAS DE SANTAS CASAS, as quase quatro dezenas de BENEFICÊNCIAS PORTUGUESAS, os famosos Gabinetes Portugueses de Leitura, as Casas de Portugal, para não dizer que, quase todas as províncias do Continente e Ilhas, aqui tem seus centros, suas casas regionais.

Para a divisão dos CEM conselheiros do C.C.P pelos núcleos da Diáspora, foi respeitada a universal regra das proporcionalidade, de acordo com as estimativas de que dispúnhamos, uma vez que - devido ao total abandono a que fomos votados - não dispunha o governo de estatísticas confiáveis ,relativas à emigração. Mas - assim esperávamos - a partir de então, tudo iria ser diferente, uma vez que o executivo passava a ter, à sua disposição, CEM emigrantes dos núcleos de portugueses espalhados por todo o mundo, recrutados entre os mais dispostos a participar, e, vejam só, graciosamente!!!

TRISTE E LEDO ENGANO. Ao longo dos quatro anos do nosso mandato que está terminando- enquanto conselheiros- fomos consultados 2 ou 3 vezes, e os sábios conselhos de 100( CEM) conselheiros espalhados por cinco continentes, obras de dois plenários no “senado”de São Bento, foram ignorados, engavetados, quiçá jogados no lixo !!!. E- PASME-SE- acerca da mudança do critério da proporcionalidade, substituído por outro esdrúxulo, que é o dos cadernos eleitorais, desactualizados, incompletos, incorrectos, e, no caso do Brasil, inexistentes, nada nos foi perguntado, nenhuma opinião sequer ouvida!!!

Alertei para o facto de a esmagadora maioria dos portugueses no Brasil aqui ter aportado até há 25 anos atrás, precisamente a data, a partir da qual, se está fazendo- ainda agora- a actualização desses cadernos eleitorais, o que- “a priori”- exclui tal maioria do total dos emigrantes, não considerados para a atribuição dos conselheiros pelo Brasil, e, POR ISSO MESMO, diminuídos de 25 para 11. Tal aberração, deve-se, não só a este facto, como, ainda, a inexistência de cadernos eleitorais, na quase totalidade dos 32 (trinta e dois) consulados honorários portugueses em todo o Brasil, localizados, precisamente nos longínquos lugares do território, onde se encontram os núcleos de idosos portugueses, mais carentes e desamparados!.

Em suma, a Secção Brasil do C.C.P. composta de 25 conselheiros, a maior parte dos quais deu o melhor de si- graciosamente- colocando-se à disposição do governo, e dos compatriotas menos favorecidos, e mais necessitados, acaba de ser reduzida para menos de metade, mercê da adopção de um critério absolutamente condenável, irreal, fantasioso, ignorando o facto de os votos do Brasil para o C.C.P. terem representado, no último pleito, quase 40% (quarenta por cento) do total da Diáspora. INACREDITÁVEL!!!!!!!!!!!!!!!!!

José Verdasca
Historiador e Conselheiro pelo Brasil



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