A Nuclisol Jean Piaget de Mirandela participou nos dias 6, 7 e 8 de julho no V Congresso Internacional de Educação, Inclusão e Inovação promovido pela Pin – ANDEE: Pró-Inclusão: Associação Nacional de Professores de Educação Especial, que decorreu no Auditório da Escola Superior de Comunicação Social e na Escola Superior de Educação em Lisboa e que reuniu 470 pessoas, de seis países diferentes (Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde, Brasil e Estados Unidos da América).

Este congresso contou com várias personalidades nacionais e internacionais, que muito têm contribuído para a reforma da Educação e sobretudo para a temática da inclusão. Neste sentido destacamos o professor David Rodrigues (Presidente da Pró-Inclusão), o juiz conselheiro Álvaro Laborinho Lúcio, Dr.ª Eileen Raymond (Presidente da Division for International Special Education and Services to Council for Exceptional Children), Dr. Rodrigo Hubner Mendes (Fundador do Instituto Rodrigo Mendes), a Secretária de Estado da Inclusão das pessoas com deficiência, Dr.ª Ana Sofia Antunes.

O congresso contou também com a presença de sua Ex.ª o senhor Presidente da República, professor Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve presente na cerimónia de entrega de medalhas de mérito.

No cerne do Congresso surgiu o tema da Educação Inclusiva, e no contexto atual é cada vez mais urgente repensarmos a Educação que temos e a que queremos. Vivemos numa sociedade democrática, e a educação inclusiva é um direito humano e universal, contudo, sentimos que temos que lutar diariamente por esse direito e reconhecemos a falta de orientações facilitadoras deste importante processo. Assim, pretendeu-se através das apresentações dos vários oradores desmistificar as noções acerca da inclusão e demonstrar que se podem conseguir alternativas através da disponibilidade para mudar atitudes relativamente à inclusão.

Citando o Sub-diretor de Educação, Professor Pedro Cunha, “quando a criança entra para o ensino, ela está pronta para a escola, mas será que a escola está pronta para ela?”

O maior dilema da inclusão com que actualmente nos deparamos prende-se com o facto de se ter feito a passagem para o ensino regular das crianças com NEE, mas não ter sido feito um acompanhamento dessas mudanças ao nível da organização das escolas, nos seus currículos e nas estratégias de ensino e aprendizagem. Esta falha de mudança organizacional provou ser uma das maiores barreiras à implementação de políticas de educação inclusiva.

A escola de uns tem que ser a escola de outros. Esta tem que ser um espaço de inclusão e não de segregação.

Nesta linha de pensamento, pronunciou-se também o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues que referiu “o sucesso é aprender o máximo que se for capaz e não aprendermos todos da mesma forma.”

A educação deve conviver com a diferença. É um direito que garante a todos os alunos o acesso à aprendizagem.

A escola inclusiva permite oportunidades iguais para todos e diversifica estratégias para cada um. Neste âmbito reforçou-se o papel dos pais enquanto “companheiros de compromisso” dos educadores neste processo, bem como de todos os que intervém no processo educativo.

A UNESCO elaborou um guia para a inclusão e equidade na educação, referindo que “the central message is: every learner matters, and matters equally.”

A Nuclisol Jean Piaget de Mirandela conta com trinta anos de existência nesta localidade e foi a primeira instituição da cidade a fazer a inclusão de crianças com NEE.

Ao longo do seu percurso, procurou seguir uma linha orientadora defendendo que todas as crianças são iguais, um todo, com características únicas que as distinguem e é com base nesta individualidade que procuramos promover o desenvolvimento integral da criança.

As educadoras Anabela Duarte e Manuela Libório fizeram uma apresentação no congresso sobre Experiências Práticas de Inclusão na Nuclisol Jean Piaget de Mirandela e para estas, ficou demonstrado que as escolas necessitam de ser reestruturadas e que a pedagogia precisa de ser desenvolvida de forma a responder positivamente à diversidade de alunos – olhando para as diferenças individuais não como problemas a ser encarados, mas como oportunidades para enriquecer o ensino.

Esta instituição tem ao longo dos seus trinta anos de existência em Mirandela, contribuído para a inclusão de crianças, com uma taxa de sucesso bastante elevada e foi um desses casos que apresentaram, salientando a importância de um trabalho colaborativo entre todos os intervenientes no contexto de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

Para a Diretora Pedagógica, Dr.ª Beatriz Silva, “esta experiência foi bastante gratificante pois uma vez mais se vê reconhecido o trabalho pedagógico que se faz na Nuclisol de Mirandela e que levamos a conhecer num congresso internacional, que contou com a presença de 470 pessoas, de países como o Brasil, Espanha, Cabo Verde, Angola, e Estados Unidos da América. A nossa instituição procura fazer a inclusão de todas as crianças potencializando e maximizando as suas capacidades. E esta responsabilidade é acrescida às docentes, uma vez que lhes é dada a tarefa de promoverem experiências de aprendizagem bem-sucedidas para todos os alunos.”

Referindo Melvin Ainscow Professor de Educação na Universidade de Manchester, nas áreas da equidade, inclusão e desenvolvimento escolar diz-nos que “A Educação Inclusiva não é sobre crianças com deficiência mas sobre reforma educacional acerca da ideia de que cada criança é importante.”


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