Os municípios precisam de quase quatro milhões de euros para iniciar a estratégia de revitalização do Cachão, em Trás-os-Montes, e disseram-no hoje ao presidente da CCDR-N, que remete o projeto para o próximo quadro comunitário de apoio.

António Cunha esteve hoje em Mirandela, numa das primeiras visitas que fez depois de eleito presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, e constatou as vontades das Câmaras que integram a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes de voltar a fazer do antigo complexo agroindustrial do Cachão um projeto de referência para a região.

“Mas certamente é um projeto que será para o futuro e para o próximo programa quadro”, considerou o responsável pela instituição que gere o programa regional do Norte de aplicação dos fundos europeus, enquanto a presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, salientou que se trata de um projeto por fases e que para arrancar necessita de cerca de quatro milhões de euros.

As câmaras de Mirandela e Vila Flor, no distrito de Bragança, gerem o antigo complexo desde que foi desativado, no início da década de 1990, sem que tenham conseguido devolver àquele espaço a dinâmica dos tempos áureos em que empregou cerca de mil pessoas e tratou da produção agrícola transmontana.

Recentemente, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, que integra nove municípios do distrito de Bragança, decidiu custear um estudo sobre as possibilidades de reabilitação e que concluiu pela aposta na transformação num polo tecnológico, mantendo a base agroalimentar.

O plano estratégico irá ser levado a votação na CIM e, depois de aprovado, irá ser enviado ao Ministério da Coesão Territorial com a certeza de que necessita de investimento público para a fase de arranque, como indicou hoje a presidente da Câmara de Mirandela.

“O plano desenvolve-se em várias fases, a primeira tem um investimento próximo dos quatro milhões de euros, obviamente que tem de ter apoios de fundos comunitários, as câmaras não têm essas verbas disponíveis”, concretizou a autarca socialista.

O presidente da CCDR-N, António Cunha, salientou que se trata de um projeto “ambicioso como foi sempre aquele complexo, mas certamente é um projeto que será para o futuro e para o próximo programa quadro” comunitário de apoio.

Sobre o papel da CCDR-N, indicou que “será sempre de tentar ajudar os municípios e as comunidades intermunicipais a encontrar as melhores soluções, desde logo no pensamento estratégico, mas também no âmbito daquilo que será o próximo quadro de programação”.

“E caso consigamos mover as boas vontades e toda a capacidade para por esse projeto de pé, pois enquadra-lo nos projetos que vão ser geridos pela CCDR no próximo programa quadro”, afirmou.

Para o presidente António Cunha, “é indiscutível que o Cachão tem um potencial enorme, que a região precisa de um modo muito claro de encontrar modos de valorizar aquilo que é aqui produzido, dar mais valor acrescentado ao que aqui é produzido” e isso “passa por mobilizar vários atores públicos e privados e montar uma operação”.

António Cunha visitou também, em Mirandela, outro projeto já com financiamento de mais de dois milhões de euros assegurado, mas ainda sem interessados em fazer a obra para reabilitar a antiga estação centenária da linha do Tua, no centro da cidade.

A presidente da Câmara anunciou que vai ser aberto um novo concurso público e que espera que desta vez apareçam interessados na empreitada.



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