Montalegre celebra a primeira sexta-feira 13 do ano, em setembro, uma festa de rua “que mexe” com a economia regional e atrai milhares de visitantes ao concelho do distrito de Vila Real, disse hoje o presidente da câmara.

“Tudo aponta que venha a ser mais um dia de arromba”, afirmou Orlando Alves à agência Lusa.

A sexta-feira 13 ou a "noite das bruxas” tornou-se numa das "maiores festas de rua do país", atrai milhares de pessoas e é uma grande "força motora" do desenvolvimento do concelho que é também conhecido com a "capital do misticismo".

Orlando Alves referiu que a "noite das bruxas", que começou a ser celebrada em 2002, se tornou num dos principais eventos deste município, a par com a Feira do Fumeiro, que se realiza em janeiro.

O autarca disse que são esperados milhares de visitantes para a sexta-feira 13 de setembro, um movimento que se traduz numa “importante fonte de receita” para a economia local, desde a hotelaria, restauração e comércio.

Apesar de não dispor de dados concretos, o presidente destacou que a iniciativa tem uma “enorme importância económica” para Montalegre.

“E tem a particularidade de ser um evento que já não tem apenas incidência local, tem incidência regional. Não tenho dúvida nenhuma que, neste momento, a hotelaria da cidade de Chaves está esgotada e nós sentimo-nos muito reconfortados por criar dinâmicas que beneficiam toda a região”, frisou.

Este ano o calendário "deu" duas sextas-feiras 13, uma em setembro e outra em dezembro.

A festa em Montalegre arranca às 13:13 e o ponto alto continua a ser protagonizado pelo padre António Fontes, a quem cabe fazer a tradicional queimada, uma bebida feita à base de aguardente, limão, maçã, canela e açúcar e que "esconjura todos os males"

O padre Fontes é também o principal impulsionador do Congresso de Medicina Popular, que decorre entre sexta-feira e domingo (30 de agosto a 01 de setembro), na aldeia de Vilar de Perdizes.

“Este é também um momento de referência do concelho de Montalegre”, afirmou Orlando Alves.

O autarca reconheceu que o congresso, nos últimos anos, tem perdido “o fulgor” que já teve, mas referiu que é “também um acontecimento de marca” para o município.

O evento continua a estar de portas abertas a todos, desde cientistas e investigadores, curandeiros, bruxos, videntes, médiuns, astrólogos, tarólogos, massagistas, a muitos curiosos e turistas.

O congresso realiza-se desde 1983 e despertou a curiosidade pública para esta aldeia e para o padre que transformou o misticismo numa atração turística de Montalegre.

Foi precisamente a junção do sagrado e do profano protagonizado por um sacerdote que deu mais-valia e chamariz ao congresso.

António Lourenço Fontes, que nasceu em Cambezes do Rio, em 1940, é padre, escritor, hoteleiro, é um estudioso das plantas e ervas, emprestou o nome ao Ecomuseu e o seu nome também já é marca de vinho e de um licor com ouro.



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