A recriação da Guerra da Mirandum está de regresso a Miranda do Douro para dar a conhecer uma dos episódios mais fatídicos desta cidade, numa altura em que se assinalam os 262 anos desta acontecimento, foi hoje divulgado.
O objetivo do município de Miranda do Douro, distrito de Bragança, passa pela recriar e reviver os heroísmos e as fatalidades da “Guerra do Mirandum”, que não se pode desassociar da Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763), numa celebração que acontece ao longo do próximo fim de semana.
De acordo com a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, a experiência começa na sexta-feira, com os alunos das escolas do concelho do Planalto Mirandês - Mogadouro, Vimioso e Miranda do Douro - a serem figurantes nesta viagem até ao século XVIII.
“A Guerra do Mirandum não foi um evento positivo para a comunidade local, mas não podemos negar a história, e daqui partimos para uma homenagem aos homens e mulheres que resistiram a este fatídico acontecimento e que reergueram Miranda do Douro”, destacou Helena Barril.
A recriação histórica traz ao cenário o confronto com o Conde de Lippe e o Conde de Aranda, revivendo os heroísmos e as fatalidades da Guerra do Mirandum.
Segundo uma investigação da arqueóloga Mónica Salgado e de outros historiadores, a Guerra do Mirandum decorre da participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos, que opôs Portugal e Espanha.
"A disputa em Miranda do Douro ficou conhecida como a Guerra do Mirandum, na qual, a 08 de maio de 1762, o exército do Marquês de Sárria invade a cidade, devido a um acidente ou outra ação, e o paiol do Exército português explode, originando a morte de cerca de 400 pessoas”, segundo a arqueóloga, que acrescentou: "derrotada com este acontecimento, a cidade de Miranda do Douro rendeu-se, facilitando a entrada do exército franco-espanhol".
O castelo de Miranda do Douro, local onde se deu a explosão, já foi alvo de várias campanhas arqueológicas, onde os arqueólogos colocaram a descoberto fragmentos relacionados com a Guerra do Mirandum.
“Este espaço histórico está ser alvo de várias intervenções arqueológicas para aqui criar um museu ao ar livre, para que as pessoas possam recuar no tempo até ao século XIII [data da fundação da praça forte de Miranda], e fazer uma viagem até ao século XVIII, e viver a história desta praça forte que tem muita importância na defesa da linha de fronteira e que colapsou com esta batalha no século XVIII", indicou a arqueóloga municipal.
Para a celebração serão chamados os pauliteiros do Grupo de Teatro Alma de Ferro de Torre de Moncorvo, figurantes locais, num espaço que durante três dias terá muita animação e gastronomia.