O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, manifestou hoje disponibilidade para reunir com os autarcas do Nordeste Transmontano e discutir a reivindicada mudança da gestão da água nesta região.

O ministro respondeu desta forma ao pedido de uma reunião urgente feito pelo presidente da Resíduos do Nordeste e da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, para que seja retomado com o Governo o processo de conversação sobre a saída das Águas do Norte e a criação de um sistema regional de gestão da água.

A reivindicação surgiu há vários anos no seio da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que propõe que todo o sistema da água, desde a fonte à torneira, passe para Resíduos do Nordeste, a empresa intermunicipal que há quase 30 anos foi pioneira na gestão conjunta do lixo.

O ministro do Ambiente assistiu hoje ao resultado de mais um projeto, que classificou como inovador, da Resíduos do Nordeste que, em parceria com o grupo Dourogás, injetou, pela primeira vez em Portugal, biometano, um gás produzido a partir do aterro sanitário, na rede de abastecimento de gás natural.

O presidente da Resíduos do Nordeste aproveitou a presença do ministro para lhe falar da água e Duarte Cordeiro respondeu que terá “todo o prazer em discutir aquilo que são os objetivos que existem nesta Comunidade Intermunicipal”.

“É um tema que terei que ver com o senhor presidente numa reunião que já foi solicitada, mas que ainda não aconteceu”, declarou aos jornalistas.

Questionado sobre a viabilidade da pretensão dos autarcas, o ministro considerou que “o mais importante é” existir “um sistema equilibrado, com os incentivos certos” para não haver “um desfasamento grande entre os custos do sistema e aquilo que o sistema permite com os seus recursos” e para que o resultado “seja justo”.

“Nós sabemos que estes territórios têm infraestruturas grandes e têm menor população e não podem também ser prejudicados por isso. É algo que merece ser analisado em rigor com cuidado na reunião que iremos ter em breve”, afirmou.

O presidente da Resíduos do Nordeste sublinhou que a questão da água “é importantíssima” para os autarcas locais.

“É extremamente relevante que essa decisão venha a ser tomada porque entendemos estarmos capacitados para podermos fazer essa gestão num processo de verticalização”, declarou, destacando que a região podia tornar-se na questão da água “um caso único do país”, seguindo o exemplo dos resíduos.

Os autarcas reclamam a saída das Águas do Norte e a passagem da gestão para a Resíduos do Nordeste, desde a fonte até à torneira, que possam também definir a própria tarifa e garantir o fornecimento de “água com qualidade ao preço mais baixo possível”.

Hernâni Dias lembrou que este processo tinha começado a ser discutido com o anterior ministro do Ambiente e que os autarcas querem agora retomar o diálogo com o atual ministro e fazer vingar a reivindicação, que tem encontrado obstáculos, nomeadamente no cálculo do valor a pagar às Águas do Norte para a transferência de todas as infraestruturas.

“Nós entendemos que este sistema (Águas do Norte) não nos serve, para nós não é bom, não corresponde àquilo que são os anseios, nem dos autarcas, nem das populações e, por isso, queremos uma situação diferente que seja compatível com os interesses das pessoas que cá moram”, defendeu.

 

DOUROGÁS RENOVÁVEL PROCEDE À PRIMEIRA INJEÇÃO DE BIOMETANO 100% RENOVÁVEL NA REDE DE GÁS NATURAL EM PORTUGAL COM SUCESSO

A cerimónia, realizada hoje, contou com a presença do Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e do Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, que assinalaram a primeira injeção de biometano 100% renovável na rede de gás natural no país. Iniciativa foi desenvolvida no âmbito do Biogasmove, projeto pioneiro desenvolvido pela Dourogás Renovável e financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação.

Realizou-se hoje na Unidade Autónoma de Gaseificação (UAG) de Cachão / Centro de Competências de H2 e Gases Renováveis, em Cachão, Urjais, no concelho de Mirandela, a primeira injeção de biometano na rede de gás natural em Portugal.

A cerimónia, que teve lugar no âmbito do Biogasmove, projeto pioneiro desenvolvido pelo Grupo Dourogás, contou com a participação de Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, e do Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, que assinalaram o início da transferência do biometano 100% renovável para a rede de gás natural instalada em Mirandela. No momento participaram o Presidente do Grupo Dourogás, Armando Afonso Moreira, Nuno Moreira, Presidente Executivo do Grupo Dourogás, e o Presidente da Resíduos da Nordeste, Hernâni Venâncio Dias, parceira da Dourogás, nesta iniciativa pioneira em Portugal.

Inovador projeto desenvolvido pela Dourogás Renovável na localidade transmontana, o Biogasmove tem como principal objetivo participar e contribuir para o processo de descarbonização que a economia nacional necessita através da afirmação dos gases renováveis, nomeadamente, do biometano 100% renovável que, além de ter uma composição muito semelhante à do gás natural – não implicando por isso intervenções na atual rede para que possa ser introduzido na rede existente - , é um combustível renovável, armazenável, limpo, eco sustentável e economicamente viável é, também, uma alternativa aos combustíveis fósseis.

Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, sublinhou que “Em Portugal, a produção de biogás por digestão anaeróbia tem especial interesse se realizada a partir de três matérias-primas ou fluxos residuais: fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos, lamas de ETAR e efluentes agropecuários. Até 2026, queremos promover o mercado do biometano como uma forma sustentável de reduzir as importações de gás natural utilizado nos setores industrial e doméstico. E também o queremos fazer na mobilidade – o custo do biometano é de cerca de metade do custo do gasóleo e da gasolina.” O Ministro destacou ainda os gases renováveis como “uma oportunidade para posicionar Portugal como um ator relevante no setor energético à escala europeia e internacional”, afirmando que, “Se queremos acelerar a transição energética e a descarbonização da economia já na próxima década, o País tem de apostar na produção e na incorporação de volumes crescentes destes gases. São estes que vão substituir os combustíveis fósseis nos setores da economia em que a eletrificação não seja custo-eficaz ou tecnicamente viável. Os efeitos das energias renováveis não se restringem às dimensões ambiental e energética, pelas emissões evitadas e pela redução da dependência energética do exterior. A transição energética é central para o crescimento económico: o aumento do investimento proporciona a criação de mais e melhor emprego.”

 Por sua vez, Nuno Moreira, Presidente Executivo do Grupo Dourogás, salientou que “esta primeira injeção de biometano na rede de gás natural em Portugal é absolutamente histórica, constituindo mais um passo fundamental no sólido caminho que a Dourogás GNV tem feito, através do seu projeto pioneiro Biogasmove, no sentido de contribuir para o processo de descarbonização da economia nacional em curso, nomeadamente no setor dos transportes e mobilidade, que ainda tem muito trabalho pela frente para diminuir cada vez mais a utilização de combustíveis fósseis”.

O projeto Biogasmove, financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação (atualmente Fundo Ambiental), representa uma assinalável aposta da Dourogás Renovável, empresa portuguesa empenhada e comprometida no processo de descarbonização da economia nacional. Projeto, alicerçado na inovação com selo nacional, representa uma notável evolução a nível tecnológico na utilização do biogás em Portugal, nomeadamente como combustível para transportes, representando ainda um exemplo acabado da chamada economia circular: do biogás, proveniente de uma central de valorização orgânica (a partir da digestão anaeróbia de resíduos orgânicos), foi testado um processo de conversão do mesmo em biometano 100% renovável para ser utilizado como combustível para transportes - o projeto assentou na comparação da performance dos motores de camiões de recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) movidos a Gás Natural Comprimido (GNC) e a biometano.

Segundo Nuno Moreira, “a inovação que desenvolvemos na Dourogás, desenvolvida em Portugal e com assinatura portuguesa, tem como grande objetivo assegurar alternativas sustentáveis para a mobilidade do futuro, centrada nos gases renováveis, nomeadamente o biometano, sempre no sentido de promover ganhos ambientais, mais e melhor sustentabilidade e ajudar na transição energética, ao mesmo tempo gerando valor económico para as empresas e para o país. O projeto Biogasmove, a par com os projetos Solargasmove e Hidrogasmove – que temos em desenvolvimento com a Águas do Tejo Atlântico e a partir dos quais é possível produzir, além de biometano 100% renovável, hidrogénio verde e e-metano, originados no biogás produzido pelas lamas de ETAR – são exemplos disso mesmo”.

 

DTOM com Lusa


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