Presidente da empresa só reabre a linha quando forem conhecidas causas do acidente
Numa altura em que o ministro das Obras Públicas aponta terça-feira como data para divulgação das conclusões do relatório preliminar às causas do acidente de sexta-feira na linha do Tua, o presidente da Metro de Mirandela, José Silvano, diz desconhecer as conclusões dos relatórios dos dois anteriores acidentes.

Ao DN, José Silvano afiança que a empresa não recebeu os referidos relatórios. \"Nunca tivemos conhecimento deles\", adianta. Já em relação ao do primeiro acidente, elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, lembra que \"apontava como causa do acidente o deslizamento de pedras\". Face a tudo isto, José Silvano assegura que, por si, não vai \"permitir a circulação na linha enquanto não forem conhecidas publicamente as causas deste acidente\".

O porta-voz da Refer, Santos Lopes, não comenta estas afirmações e diz que \"os relatórios são enviados às entidades envolvidas\". Quanto ao pedido para que a empresa divulgue as causas deste acidente, lembra que a esta \"não toma a iniciativa de divulgar os relatórios\".

José Silvano, também presidente da Câmara de Mirandela, adiantou ainda que, ao longo da linha do Tua, \"está a ser instalada uma rede de fibra óptica, que tem por objectivo reforçar a ligação entre estações\". Recorde-se que a falta de comunicações ao longo de quase todo o percurso tem sido uma das principais críticas àquela linha. Até agora, a bordo da viatura que faz a ligação entre Mirandela e o Tua existe apenas um telefone que serve para o maquinista comunicar a passagem nas estações. Com esta nova rede \"espera-se que melhorem as comunicações na linha\", diz José Silvano.

Ontem um dos feridos do acidente de sexta-feira, que causou a morte de uma mulher, teve ontem alta. Já a vítima mais nova, uma menina de nove anos, que foi sujeita a uma intervenção cirúrgica, foi transferida para o hospital da sua área de residência. Uma mulher de 42 anos continua internada em Vila Real e é o caso que inspira mais cuidados.

Verdes exigem explicações

O Partido Os Verdes defende que o Governo \"deve explicações claras e convincentes sobre os acidentes ocorridos na Linha do Tua, no espaço de um ano e meio\" e lamenta que \"quatro meses depois da ocorrência do segundo [acidente] e dois meses depois do terceiro acidente, as causas dos mesmos ainda não são publicamente conhecidas\". Os Verdes estranham ainda o facto dos acidentes terem ocorrido \"numa zona da linha que ficará sempre submersa em qualquer das cotas propostas para esta Barragem\". José Silvano não acredita em sabotagem mas teme que este acidente venha contribuir para \"um encerramento definitivo da Linha do Tua\".



PARTILHAR:

Música gravada como protesto

ŽCanil está a rebentar pelas costuras