O ex-presidente da concelhia do PSD de Vila Pouca de Aguiar José Diegas é candidato pelo Movimento Aguiarense Independente (MAI) à câmara local, para "devolver à população" o poder de decidir e "unir vontades" sem bandeiras partidárias.
“A decisão de criar o MAI nasceu de uma convicção profunda de que a política local deve estar mais próxima das pessoas, livre de interesses partidários e centrada nas reais necessidades da nossa terra”, afirmou hoje o candidato à agência Lusa.
José Diegas, 51 anos, demitiu-se da concelhia do PSD de Vila Pouca de Aguiar em julho, depois de a nacional do partido não ter homologado a sua candidatura à câmara, aprovada pelas estruturas concelhia e distrital.
Pelo PSD candidata-se Ana Rita Dias, que em 2024 assumiu a presidência do município do distrito de Vila Real.
José Diegas começou o percurso político há 20 anos, tendo, entre outros cargos, sido presidente da Junta de Freguesia de Valoura durante três mandatos, eleito pelo PSD, e presidente da Comissão Política de Secção de Vila Pouca de Aguiar desde dezembro de 2022 a julho.
Há sete anos que é secretário intermunicipal na Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso.
A candidatura independente nasceu, segundo José Diegas, “da vontade de devolver à população o poder de decidir, com transparência, responsabilidade e compromisso com o desenvolvimento do concelho”.
“Queremos unir vontades, ouvir todas as vozes, sem bandeiras partidárias e construir um projeto com base na competência, na ética e no amor genuíno por Vila Pouca de Aguiar”, salientou, acrescentando não estar “aqui para dividir”, mas “para somar e para construir um caminho novo, com todos e para todos”.
José Diegas apresentou-se como uma “pessoa de convicções e de princípios”, que não é “vulnerável a pressões” e que está de “consciência totalmente tranquila, para liderar um novo projeto que acabe com o atual imobilismo da câmara municipal, apresente ideias novas, trate todas as pessoas por igual e acabe com os muitos interesses instalados”.
“Talvez essa tenha sido uma das razões da não homologação da minha candidatura pela direção do PSD. Quero levar por diante esse projeto com uma postura de isenção e de total transparência, sem estar condicionado pelo tactismo e oportunismo partidário”, afirmou.
Acrescentou:“Sei que muita gente vai ser pressionada e ter receio de dar a cara, mas acredito piamente que na hora da decisão não falharão e estarão lá para dizer da sua justiça”.
José Diegas quer que a sua candidatura seja “uma lufada de ar fresco para os aguiarenses”, apostando numa “forma diferente de fazer política, sempre próxima das pessoas e com atenção aos seus reais problemas”.
Salientou ainda que, num concelho envelhecido e desertificado, a área social, a educação e os jovens “merecerão especial atenção”.
Também a saúde, o desenvolvimento industrial, o turismo e o apoio aos agricultores são preocupações do MAI.
“No entanto, a proximidade com as pessoas, a sua auscultação e a resolução dos seus reais problemas, por vezes pequenos problemas, mas muito importantes para elas, serão fundamentais para a nossa candidatura. Este é o nosso tempo. O tempo de fazer mais, o tempo de fazer diferente”, frisou.
O advogado Leal da Costa encabeça a lista do MAI à Assembleia Municipal de Vila Pouca de Aguiar.
Por este concelho, concorrem ainda às eleições autárquicas de 12 de outubro Manuel Borges Machado (PS) e Sónia Macedo (CDU).
Em 2021, o PSD ganhou as eleições autárquicas com 5.681 votos (64,95%) e cinco mandatos, enquanto o PS conseguiu 2.312 votos (26,43%) e dois mandatos. O Chega obteve 159 votos (1,82%), a CDU 149 votos (1,70%) e o CDS-PP 111 votos (1,27 %).