O Auditório Municipal do Centro Cultural de Mirandela não tem alvará para a realização de espectáculos culturais. A denúncia parte de uma produtora, dirigida pela actriz Marina Mota, que tinha marcado um teatro de revista, mas teve de o cancelar.

\"Isto agora ou vai ou marcha\" era a peça que aquela produtora tinha proposto ao Município transmontano, para ser levada à cena no auditório municipal, com a receita de bilheteira a reverter integralmente para a empresa. A Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) recusou passar a licença para a realização do evento.

Depois da resposta negativa do IGAC, a produtora contactou o pelouro da Cultura da autarquia e \"disseram-nos que de facto a sala não tem alvará\", revela Marina Mota. Como o Município diz que não se responsabiliza, \"só me resta cancelar o espectáculo\", avança a actriz. \"Incorro numa multa enorme e podem retirar-me a licença enquanto produtora e promotora de espectáculos\".

Confessa que esta é a primeira vez que se depara com este tipo de situação. \"Nunca me aconteceu porque não faz sentido entrarmos em contacto com uma entidade responsável de um espaço, acordarmos condições, e todas as conversas serem efectuadas, marcarmos uma data e, de repente, não tenho licença.\"

A actriz diz que a produtora já teve algumas despesas, nomeadamente os cartazes a anunciar o teatro de revista e espera que a autarquia tenha isso em conta. \"Trabalhamos com uma calendarização. Se este espectáculo está marcado há um mês, agora já não vou para outro sítio. O natural seria eu pagar aos técnicos e bailarinos. E o mais grave de tudo isto é o público ficar com uma imagem de nós negativa\", diz Marina Mota que admite pedir uma indemnização.

A vereadora da cultura da câmara de Mirandela confirma que não foi renovado o alvará do auditório municipal, porque o espaço \"já está obsoleto para a realização de espectáculos de grande dimensão\", conta Maria Gentil, lembrando que há cerca de um ano, houve uma inspecção da IGAC que chamou a atenção para a necessidade de serem feitas algumas alterações para poder renovar o alvará. Esta versão foi confirmada pela IGAC. Fonte daquela entidade referiu ao que, após a última inspecção, verificou-se que o espaço \"carecia de algumas beneficiações\", pelo que a renovação do alvará \"ficou pendente até à realização de obras\".



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