O Alto Tâmega e Barroso ultrapassou as 300 mil dormidas em alojamentos turísticos em 2022, mais cerca de 40% do que no ano anterior, anunciou hoje o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

“Já passamos as 300 mil dormidas (…) É uma região que está a crescer e bem, os números assim o indicam”, afirmou Luís Pedro Martins, que falava em Pedras Salgadas, Vila Pouca de Aguiar, à margem do fórum “Turismo, sustentabilidade e crescimento do Interior”.

Depois de 2019, um bom ano para o turismo neste território do Norte do distrito de Vila Real, com 273 mil dormidas, houve uma quebra em 2020 devido à pandemia de covid-19 e a recuperação começou em 2021 (219 mil dormidas).

“Em 2022 estamos a falar de cerca de 40% de crescimento em número de dormidas”, salientou Luís Pedro Martins, que referiu que a região cresce a “um ritmo bastante interessante”.

O responsável frisou que a estratégia delineada pela Turismo do Porto e Norte, de promoção da região “como um todo” e que privilegia os territórios que era “menos promovidos”, “está a dar resultado”.

“E esse resultado vê-se não só no número de dormidas, mas vê-se também nos mercados que aqui chegam. Estamos a falar de mercados de longa distância, como os americanos, canadianos ou brasileiros, mas depois também mercados europeus, francês, alemão e espanhol”, frisou.

O responsável destacou também o trabalho desenvolvido no terreno pela Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT), que agrega os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar e pelas empresas.

“Temos uma grande diversidade de produtos e, aqui, acabamos por ter uma vantagem competitiva porque o que não falta, de facto, é oferta”, referiu.

Como exemplo, apontou a Estrada Nacional 2 (EN2) que tem o quilómetro zero em Chaves, e percorre o país até Faro, o termalismo, os caminhos de Santiago, a gastronomia ou a natureza.

“Atrever-me-ia a dizer que 2022 foi o melhor ano de sempre para o turismo no Alto Tâmega”, afirmou também Ramiro Gonçalves, primeiro secretário executivo da CIMAT.

O responsável disse que o território atrai turistas e atrai também novos investimentos, salientando que a região tem “muito próximo de 3.000 camas” e que “há mais estabelecimentos hoteleiros a surgir”.

“Nós não queremos um turismo de massas, queremos que as pessoas continuem a vir para o território e se sintam bem”, frisou.

Ramiro Gonçalves disse que, atualmente, a estadia média no Alto Tâmega e Barroso é “1,8 noites para os nacionais e 1,9 para os estrangeiros”, e que o objetivo é “chegar às 2,2 noites”, “Se isso acontecer podemos estar a falar de cerca de 30 milhões de euros para o território anuais em termos de presença de pessoas”, frisou.

Como “ainda não está tudo bem”, Luís Pedro Martins referiu que ainda é preciso melhorar em alguns pontos, como aumentar o número de empresas de animação turística, que “são muito importantes para organizar o produto”, melhorar a mobilidade em alguns locais.

O presidente da CIMAT e da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, salientou que o “grande desafio deste território é conseguir fixar jovens”, considerando que “o turismo é, sem dúvida, uma das grandes alavancas que o território tem”.

“Esta é a CIM mais pequena do país, mas tem uma diversidade muito grande. Vai desde a paisagem fria do Barroso à terra quente em Valpaços e tem, depois, um fator de união muito grande em relação a todos que é a água”, sublinhou, apontando as águas termais (desde os tratamentos à industrialização) e as novas albufeiras resultantes das barragens do Alto Tâmega, com potencial para aproveitamento lúdico ou desporto náutico.

Destacando a sustentabilidade ambiental de toda esta região, o autarca frisou que não se pode “querer no território uma mistura de objetivos”, referindo-se à industrialização e, concretamente, às minas de lítio que se querem explorar.

“O que pretendemos é que haja realmente uma conciliação dos interesses nacionais com os interesses territoriais na exploração de recursos naturais. Somos um país que não pode abdicar da exploração dos seus recursos naturais, mas também não pode abdicar das suas terras, das suas gentes, de tudo aquilo que tem de bom e de sustentável ao nível ambiental em função da exploração de recursos naturais. Tem que haver uma conciliação”, afirmou.

O fórum foi promovido pela CIMAT, em conjunto com a Aquavalor – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água e – Associação Empresarial do Corgo (AECorgo).





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