A Ordem dos Enfermeiros admitiu hoje a sua preocupação perante a emigração de profissionais mas ressalvou que o processo também é uma «mais-valia em termos de visibilidade» da qualidade da formação em Portugal.

“Com a qualidade que os nossos enfermeiros têm na formação, estão a ser muito requisitados”, assinalou hoje Jorge Cadete, presidente da Secção Norte da Ordem dos Enfermeiros que hoje reuniu com os profissionais do Hospital da Prelada, no Porto.

Para o dirigente, o recrutamento de enfermeiros para países como os do Médio Oriente “está a ser uma mais-valia em termos também da visibilidade da formação dos nossos profissionais lá fora”.

“Agora, preocupa-me enquanto cidadão ver esta mão-de-obra qualificada [e] activa a fugir para o estrangeiro”, lamentou o membro da Ordem dos Enfermeiros que lembra como “hoje a figura do emigrante é diferente de há 30 ou 40 anos” e se “o emigrante se sentir bem lá fora estabiliza a sua vida, organiza a sua vida e não regressa”.

Tal situação torna Portugal num “país mais envelhecido, com grande número de desempregados e um país que começa a ter alguma dificuldade social de manutenção”, afirmou.

Questionado sobre os cortes previstos no Orçamento de Estado para 2013, Jorge Cadete teme que as contenções sejam aplicadas ao nível dos recursos humanos e frisa que há “muitos desperdícios ao nível da saúde” e “gorduras” que podem ser retiradas.

“Começa por uma boa gestão, uma gestão rigorosa, com a devida auditoria às contas e aos custos”, defendeu o responsável pelos distritos do Norte para quem é preciso “fazer ver às administrações o quão é importante ter e manter estes quadros de recursos humanos” já que “os enfermeiros são uma mais-valia na promoção da saúde e na prevenção das doenças”, resultando em “ganhos em termos de custos, consultas, e cirurgias”.



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