A EDP desenvolveu um plano de redução de risco de incêndio no Baixo Sabor, onde foram investidos 850 mil euros, abrangendo uma área de 6.600 hectares de terreno da albufeira do empreendimento hidroelétrico, indicou hoje a elétrica nacional.

"A área da albufeira da barragem do Baixo Sabor é um território protegido devido à sua biodiversidade onde houve a necessidade de implementar um conjunto de medidas ambientais e garantir o risco de incêndio o mais baixo possível", disse à Lusa o diretor da área da sustentabilidade da EDP-Produção, Nuno Portal.

Segundo aquele responsável, em 2014 foi implementado o plano de redução de risco de incêndio no Baixo Sabor, "que tem dado resultados espetaculares".

"Com um investimento inicial de 850 mil euros, a região do Baixo Sabor teve um retorno de dois milhões de euros nos últimos seis anos", contabilizou o responsável.

De acordo com o estudo que acompanha o plano de redução de risco de incêndio promovido pela elétrica, a que a Lusa teve acesso, a região do Baixo Sabor reduziu em mais de 90% as áreas afetadas pelos incêndios, tendo sido evitados prejuízos causados por fogos florestais superiores a 750 mil euros nos últimos cinco anos.

"Tem-se conseguido uma redução muito expressiva da incidência de incêndios com grandes vantagens económicas e ambientais para todo o território da albufeira do Baixo Sabor", vincou o responsável.

A EDP acredita que o investimento anual neste plano equivale a cerca de um dia de combate a incêndios, sendo que por cada euro investido pela empresa, a região recebeu 2,60 euros.

"Enquanto ali [Baixo Sabor] se registavam grandes incêndios, como foi o caso do que aconteceu em 2013 e que consumiu 15 hectares de florestas e outras culturas, com a aplicação deste plano, a incidência de incêndios florestais tem diminuído de forma consistente e nunca mais houve grandes incêndios nesta região", salientou Nuno Portal.

Esta abordagem ao redução dos risco de incêndios é tida pela EDP-Produção como "inovadora e pioneira" assente na prevenção e envolveu a comunidade e parceiros locais, tais como os corpos de bombeiros, Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Bragança, assim como entidades estaiais, "contribuindo para o desenvolvimento da região e estimulando a recuperação da agricultura, tornando-se um exemplo de gestão de florestas".

"Um dos aspetos mais diferenciadores deste projeto é o envolvimento da comunidade local. Primeiro os proprietários, onde estão reunidos cerca de 300, já que se trata de terrenos privados, onde não há baldios, onde há uma colaboração na prevenção do risco de incêndio. Depois, o envolvimento dos quatro municípios do Baixo Sabor que tiveram um papel fundamental em todo o processo e todos os envolvidos foram determinantes para o sucesso do projeto", indicou o responsável para área da sustentabilidade da EDP-Produção.

O projeto contempla ainda a criação de 14 postos trabalho em permanência, cuja função é manter a vigilância florestal permanente nesta área.

De acordo com o estudo, as medidas estratégicas implementadas ao abrigo do plano incluíram a instalação e manutenção de gestão de combustíveis em cerca de 550 hectares, a intervenção em 200 hectares de áreas agrícolas abandonadas, a manutenção de infraestruturas de apoio ao combate a incêndios com beneficiação de caminhos, pontos de inversão de marcha e torres de vigia e a criação de equipas locais permanentes, de operacionais e de técnicos, com integração de funções desde a prevenção estrutural à supressão.

Para a elaboração do estudo foram recolhidas evidências de impacto em três dimensões: proteção do património natural, redução do risco de incêndio e dinâmica económica das comunidades locais.

A região do Baixo Sabor é classificada como Rede Natura 2000 e de elevado interesse para a biodiversidade a nível europeu e abrange quatro concelhos, ao longo de mais de 60 quilómetros de albufeira, que se estendem desde Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança.



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