O presidente da Câmara da Régua acredita que a reativação da Linha do Douro até Barca d’Alva “vai ser uma realidade” depois do “pacto de regime” alcançado no Parlamento e dos sinais dados pelo ministro das Infraestruturas.

“Estou convencido de que, com esta questão do transporte de mercadorias e da dinâmica crescente que há na atividade turística, tem de ser uma realidade” afirmou José Manuel Gonçalves, que falava hoje à margem da consignação da obra de requalificação do balneário termal das Caldas do Moledo.

O autarca apontou a procura crescente de turistas pela Linha Ferroviária do Douro e as necessidades decorrentes da reativação das minas de Moncorvo, a nível do transporte de mercadorias.

A isto junta-se, elencou, o “pacto de regime” alcançado na Assembleia da República onde, por unanimidade, foram aprovados os projetos de resolução do BE, PAN, PSD, PCP e PEV que defendiam a requalificação da Linha do Douro, a reabertura do troço Pocinho - Barca d´Alva e a reativação da ligação a Espanha.

O autarca apontou ainda os “sinais” dados na quinta-feira pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que também defendeu a reativação até Barca d’Alva.

Aos deputados da comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o ministro destacou o “potencial turístico muito importante" desta via, contudo, referiu que a linha “não deverá reabrir do lado espanhol”.

“A Linha do Douro é fundamental para nós e é fundamental com ou sem ligação a Espanha”, afirmou José Manuel Gonçalves.

O autarca apontou a modernização da ferrovia, através da eletrificação, bem como a reativação do troço fechado em 1988 até Barca de Alva.

Para Luís Pedro Martins, presidente da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), “é absolutamente vital e estratégico a devolução da Linha do Douro à região”.

O responsável disse ser um “feroz” defensor desta via ferroviária e que acredita que o “ministro está conquistado para esta causa”

“A mobilidade é vital neste sub destino que é o Douro. É vital porque é uma ferramenta importante para nos ajudar a retirar o número de turistas que ficam ainda na área metropolitana do Porto, cerca de 75%”, salientou.

O presidente da TPNP afirmou ainda que, no território, estão “todos muito alinhados” para esta causa.

Uma petição promovida pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e pela Fundação Museu do Douro reuniu 13.999 assinaturas em defesa da requalificação e reabertura da Linha do Douro (Ermesinde - Barca d'Alva) e subsequente ligação a Salamanca (Espanha).

A ferrovia foi ainda apontada como uma prioridade no plano estratégico da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, que agrega 19 municípios.

A Linha do Douro desenvolve-se ao longo de 191 quilómetros, de Ermesinde a Barca d´Alva. O encerramento da ligação internacional ocorreu em 1985 e o lanço entre Pocinho e Barca d´Alva encerrou em 1988. A eletrificação está concretizada até Marco de Canaveses.



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