Farto de «falsas promessas» da administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) de dotar a urgência médico-cirúrgica (UMC) de condições mínimas de funcionamento, o presidente do Município de Mirandela promete convocar uma manifestação.

Tem sido uma sucessão de avanços e recuos, desde o Verão passado, altura em que a administração do CHNE transferiu um cirurgião do hospital de Mirandela para Bragança, alegando ser só por três meses. Na prática, situações emergentes terão de ser transferidas para Bragança. Em Mirandela ficam as menos graves.

Em Outubro, por indicação do director do departamento de cirurgia, foi sugerido que a situação deixasse de ser provisória para ser definitiva alegando \"falta de condições\" do serviço em Mirandela.

Depois de muita contestação e uma ameaça de manifestação do presidente do Município, a administração do CHNE garantiu, por escrito, que a UMC de Mirandela voltaria a ter dois cirurgiões. Até ao final do ano, nunca foi satisfeita essa pretensão. No início deJaneiro, José Silvano dirigiu nova carta ao CHNE dizendo que não tinha sido cumprido o prometido e que esperava até dia 15.

Agora, o edil diz-se \"enganado\" pelo presidente do Conselho de administração do CHNE, após receber uma carta a dar conta que, afinal, vai tudo ficar como está. A missiva referia que \"devido aos actuais constrangimentos económicos e financeiros e o limite que o Governo pÎs à contratação de novos cirurgiões, não foi possível contratar mais nenhum\". Para José Silvano, a situação \"não é admissível porque Mirandela não fica com urgência permanente\".

Perante esta sucessão de episódios, o autarca garante que vai tomar medidas drásticas. \"Vou usar todos os meios ao meu alcance para reverter a situação, nem que seja patrocinar uma manifestação pública de desagrado\", garante.

A população de Mirandela pode voltar a rua, quatro anos depois do protesto que paralisou o trânsito no IP4 em protesto contra o encerramento da maternidade, consumado em 2006.

A administração do CHNE diz não ter mais explicações a dar sobre o caso. O gabinete de comunicação acrescenta que as informações que tinha a prestar já foram comunicadas ao autarca.

Recorde-se que, no início de Julho de 2010, José Silvano interpÎs uma providência cautelar denunciando o incumprimento de um protocolo entre a câmara e a ARS Norte que garantia a manutenção do estatuto de urgência médico-cirúrgica no serviço de urgência do hospital de Mirandela. Ainda não houve resposta do tribunal.



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