Cerca de 10.000 alunos já estão inscritos nas aulas de português no estrangeiro, anunciou hoje o secretário de Estado das Comunidades, admitindo que este número duplique nos nove dias que faltam para o fim do prazo, noticia a Lusa.

José Cesário falava à margem de uma conferência sobre emigração organizada pela Obra Católica Portuguesa das Migrações e a Caritas Portuguesa e referia-se às novas regras do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE), que exigem que os alunos no ensino paralelo, que são a maioria, passem a fazer uma pré-inscrição online e pagar uma propina anual de 120 euros.

Este ano, adiantou o secretário de Estado, há 56 mil alunos, incluindo os alunos do ensino paralelo e os do ensino integrado, que são cerca de um terço.

«Estamos realisticamente a chegar a perto de metade do que é a minha expetativa de número total de inscrições», disse.

Questionado sobre se admite prorrogar o prazo da pré-inscrição, que termina no dia 27, para garantir que todos os alunos interessados conseguem inscrever-se, o secretário de Estado recordou que o prazo inicial era até dia 21 e já foi prolongado, mas afirmou estar disponível para novos acertos, caso as coordenações de ensino considerem necessário.

Durante a sua intervenção no encontro de hoje, José Cesário referiu que o governo pretende criar um sistema de «ensino à distância tutorizado» para abranger os alunos que se encontram em comunidades mais remotas.

«Não é e-learning puro. Tem de ser tutorizado», afirmou, explicando que um professor se deslocará ao local quinzenalmente para acompanhar os alunos mais diretamente.

Admitiu que este projeto «não é barato», vai custar «umas centenas de milhares de euros» e «vai depender da existência de meios». Vai destinar-se a públicos muito específicos e requer «muita transparência» porque implica a prestação de serviços por uma entidade externa, acrescentou.

«É a fase seguinte a esta. Nesta fase estamos a inscrever os alunos, organizar os processos individuais. Depois vamos ver as necessidades em livros escolares, em número de professores, reorganizar todos os horários, ver as necessidades de formação dos professores», disse.

Para justificar o valor da propina anual de 120 euros, José Cesário lembrou que o EPE custa 20 milhões de euros, incluindo os ordenados de 400 professores no terreno, alguns dos quais «custam o dobro ou quase o triplo do que um professor em Portugal».

E recordou que o valor das propinas permitirá ainda apostar na formação dos professores, na distribuição de manuais escolares pelos alunos e na certificação dos alunos no final do percurso, o que «credibilizará o sistema».



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