Há aldeias no Planalto Mirandês que desde quarta-feira estão sem energia elétrica, uma situação que está a condicionar a atividade económica, agrícola e serviços deste território no distrito de Bragança, disse hoje o presidente da Câmara de Mogadouro.

Segundo o autarca Francisco Guimarães, "no caso de Mogadouro, é a parte nascente do concelho onde se verificam os maiores constrangimentos, já que é uma região onde a pecuária, nomeadamente a produção de leite, tem impacto na economia".

"Os agricultores queixam-se de que não têm eletricidade para proceder à ordenha dos animais", assinalou em declarações à Lusa.

Assinalando que o concelho de Mogadouro "foi dos mais afetados relativamente aos danos causados pela queda de neve", tendo "várias torres do sistema de distribuição de energia colapsado", o autarca indicou que estão a ser feitos esforços por parte da EDP, que está a colocar geradores para alimentar algumas das aldeias.

"A nossa preocupação tem sido, sempre, dialogar com a EDP para que a situação seja minimizada o mais rápido possível. Contudo, a falta de geradores elétricos está a causar contratempos e a atrasar o processo para restabelecer a normalidade no que respeita à distribuição de energia elétrica", explicou.

Segundo o presidente da câmara, têm-se verificado falhas nos sistemas de comunicações móveis e terrestres, nomeadamente ao nível dos repetidores e emissores de rádio, como, por exemplo, a M80 Planalto que está sem emitir há mais de 48 horas.

Ao final do dia de quarta-feira, a EDP informou que diversas localidades dos distritos de Bragança, Vila Real e Viseu tinham sido afetadas pelas condições climatéricas, tendo-se registado nomeadamente "a quebra significativa de postes e linhas de Alta e Média Tensão por excesso de peso, devido a um fenómeno denominado sincelo".

A situação mais complicada, admitiu então a EDP, registava-se em Miranda do Douro, distrito de Bragança, com diversas linhas partidas, mas "apesar da gravidade da situação", a EDP garantiu que tudo fará para repor o fornecimento de energia elétrica nesta localidade "no mais curto espaço de tempo".

A EDP avançava que foi dada especial atenção às ligações de clientes prioritários e serviços públicos essenciais, como sejam estações elevatórias de água, IPSS e antenas de telecomunicações.

A empresa alertava também as pessoas das regiões atingidas pelo temporal para "não tocarem em quaisquer linhas partidas e também para o cuidado a ter com a colocação de geradores em locais pouco ventilados, podendo o seu uso inadequado provocar intoxicações".
Fotos: Francisco Venancio na aldeia de Vila Cha da Braciosa


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