A mulher e os dois filhos que foram detidos, segunda-feira, em Sabrosa, depois de tentarem ocupar parte de rotunda cujo terreno reivindicam, aguardam marcação do julgamento, mas apresentaram uma queixa-crime contra agentes da GNR.

Maria Inês Fonseca, Marco Paulo Fonseca e António Jaime Fonseca foram detidos e conduzidos ao posto da GNR de Sabrosa, anteontem à tarde, por desobediência às autoridades e tentativa de ocupação da via pública. Notificados para comparecerem, ontem de manhã, no Tribunal Judicial local, o julgamento acabou por não se realizar, seguindo o caso para a fase de inquérito, aguardando marcação de nova data.

Entretanto, também ontem, os três apresentaram no mesmo tribunal uma queixa-crime contra os agentes da GNR que tentaram evitar a ocupação da estrada e que acabaram por deter os três elementos. O advogado da família, Deus Fonseca, recorda que \"a parcela de terreno em causa é propriedade dos queixosos e foi ocupada sem qualquer título pela Câmara Municipal de Sabrosa\", alegando que os seus clientes \"foram agarrados com violência e atingidos com joelhadas e cotoveladas em diversas partes do corpo, tendo sido imobilizados e algemados e, sempre com o uso da força, obrigados a entrar no veículo da GNR e conduzidos à esquadra sob detenção\".

Depois de ter sido libertada, Maria Inês foi atendida no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde esteve \"até cerca das quatro da manhã\", garantiu ao JN.

Em causa está uma parcela de terreno com 300 metros quadrados, mas a Autarquia reconhece apenas a ocupação de 63. O caso está pendente de uma decisão judicial, e \"por isso mesmo\", o presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, continua a insistir que \"a Autarquia paga os 63 m2 a um preço justo e não a 50 euros o metro como a senhora pretende\". Se ficar provado em tribunal que são 300, diz o edil, \"a Câmara pagará à mesma, porque estamos de boa-fé. Até lá, não temos enquadramento jurídico para resolver de outra forma\". O autarca considera, ainda, que \"esta atitude de ocupar a estrada ou vedar o espaço, impedindo o trânsito, é despropositada.



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