Uma médica de Mirandela foi repreendida, por escrito, pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde alegando que «não actuou com zelo e diligência» no diagnóstico de uma lesão renal, com consequente agravamento de uma anemia.

O caso já aconteceu há quatro anos, mas a queixosa só recebeu a deliberação recentemente e decidiu denunciar publicamente, para \"motivar outras pessoas que passam situações idênticas a apresentar queixa\", diz Maria Lurdes Segundo.

Na altura, foi-lhe diagnosticada uma anemia que deveria ser comunicada e vigiada pela médica de família. Repetidos os exames, aquela profissional de saúde atribuiu a causa da doença à medicação que a sua utente estava tomar. No entanto, Maria de Lurdes continuou com os mesmos sintomas e regressou ao centro de saúde de Mirandela, onde a médica de família decidiu pedir novas análises. Aqui começa a revolta da queixosa, alegando que a sua médica de família não lhe deu a conhecer o resultado.

Na primeira vez, \"estava a falar com delegados de propaganda médica e disse que não tinha tempo\", conta a utente que não foi atendida. Passados quatro meses conseguiu consulta, mas foi uma enfermeira que serviu de intermediária. \"Entregou as análises à médica e voltou do gabinete com a informação que tinha uma anemia e uma infecção urinária\". Com nova medicação, mas sem melhoras, a utente deu entrada na urgência. O filho da utente apresentou queixa.

Para a IGAS, o diagnóstico tardio deveu-se ao facto da médica \"não ter requisitado os exames adequados\" à situação clínica. Facto que levou a uma repreensão escrita, da qual a médica não recorreu. Contactada a médica Maria de Lurdes Cadavez, a exercer funções no centro de saúde n.º2 de Mirandela, recusou prestar declarações.



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