Movimento Cívico pela Linha do Tua ((MCLT) manifestaram-se contra a construção a ciclovia em cima da linha do Tua, entre Bragança e Mirandela.

O (MCLT lançou um comunicado em que isso fica expresso, mostrando toda a sua indignação, questionando mesmo o custo elevado para as autarquias em beneficio das Infraestruturas de Portugal, que assim livra as costas da manutenção do património e ainda vai buscar mais valias.

As autarquias aceitam este negocio porque a União Europeia está precisamente a financiar este tipo de infraestruturas, ciclovias. Se repararem anda todo pais a fazer ciclovias, nos sítios mais inóspitos e inesperados, com no centro das cidades, precisamente porque é a única forma das autarquias irem buscar financiamento para os diversos projectos.

Segundo Filipe Esperança, o coordenador no Movimento Cívico pela Linha do Tua "É “uma má decisão” porque a Linha do Tua tinha mais para dar, até em termos turísticos"

Comunicado do Movimento Cívico pela Linha do Tua
A construção de uma ciclovia em leito ferroviário, à imagem do que tem acontecido em vários pontos do país, tem custado às autarquias que as promovem somas da ordem dos 120/125 mil euros por km. A isso soma-se uma renda anual de 250 euros por km, a pagar à Infraestruturas de Portugal, mais os custos de manutenção da ciclovia e seus equipamentos.

Em suma, uma ciclovia de Carvalhais a Bragança com o comprimento aproximado de 76 km custaria, às três autarquias, uma quantia aproximada de 9,5 Milhões de euros, mais uma renda anual à Infraestruturas de Portugal de 19.000 euros, quando esta empresa pública nada fez para a preservação do canal e demais património ferroviário. Esta é uma forma de a Infraestruturas de Portugal continuar a esquivar-se a responsabilidades (e custos) sobre este património, e ao mesmo tempo obter rendimentos à conta das autarquias que basicamente a substituem nestes deveres.

Se multiplicarmos o valor do aluguer por 25 anos de concessão, e somarmos o valor da sua construção, ficamos com um valor “final” de cerca de 10 milhões de euros. Relembramos que este valor é um valor “médio” ao qual ainda acrescem despesas de manutenção, e que nem todos os troços da Linha do Tua serão convertidos em ciclovia pelo valor médio quilométrico acima anunciado – destacamos que as principais obras de arte do troço em questão (Ponte da Assureira, Túnel do Arufe, Ponte do Remisquedo, Túnel do Remisquedo, Ponte de Rebordãos, Ponte da Coxa) estão em total abandono há mais de 25 anos e que precisam de intervenção estrutural significativa.

Em 2003, a empresa Espanhola FEVE (Ferrocarriles de Via Estrecha) reabriu a Linha de la Robla, entre Leon e Bilbao – Via Estreita de construção e orografia semelhante à Linha do Tua – com um custo anunciado de 123.000 euros por quilómetro. Em 2006, a autarquia de Torre de Moncorvo transformou parte da Linha do Sabor numa Ecopista com um custo anunciado de 125.000 euros por quilómetro. A conclusão está à vista de todos: em Portugal, constroem-se ciclovias por um custo superior à reabertura de Caminhos-de-Ferro idênticos, em Espanha.



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