A Polícia Judiciária anunciou hoje a detenção de 11 pessoas suspeitas do tráfico de armas, numa operação desencadeada na região transmontana e que culminou na apreensão de várias armas e 200 quilos de explosivos.

O Inspetor chefe da unidade local da PJ de Vila Real, António Toscano, explicou que a operação «Nordeste Explosivo» culminou uma investigação de tráfico e posse ilegais de armamento e explosivos, que foi desencadeada em vários concelhos transmontanos como Valpaços, Chaves, Vila Real, Macedo de Cavaleiros ou Mirandela.

Segundo o responsável, foram detidos 11 homens, com idades compreendidas entre os 40 e 60 anos.

Onze pessoas foram detidas pela Polícia Judiciária de Vila Real no âmbito de uma investigação de tráfico e posse ilegal de armamento e explosivos. Entre eles os presidentes das juntas de freguesia de Murçós e Cortiços, em Macedo de Cavaleiros.

A operação denominada Nordeste Explosivo foi desencadeada, ontem, nos distritos de Bragança e Vila Real, com diversas acções de recolha de prova que levaram ainda à apreensão de armas e material explosivo. Parte desse material seria mesmo utilizado por organizações terroristas, como a ETA.

No decurso da investigação foram apreendidos cerca 200 quilos de explosivos, mais de 3000 detonadores, milhares de metros de rastilho e cordão detonante e 13 armas de fogo, incluindo uma espingarda metralhadora G3.

Entre os detidos estão empresários de construção civil e donos de pedreiras. Também os presidentes das juntas de freguesia de Murçós e dos Cortiços, no concelho de Macedo de Cavaleiros, terão sido detidos.

Esta rede já estava a ser investigada há vários meses. A dinamite e as armas eram comprados de forma legal por empreiteiros credenciados, mas o destino seria já o mundo do terrorismo e da criminalidade.

Um construtor civil de Alfândega da Fé, de 50 anos, tido como cabecilha da rede, já tinha vendido explosivos que serviram para matar duas mulheres, em 1999, em Bragança. Além de fornecer pequenos empreiteiros de Trás-os-Montes, a rede terá, nos últimos meses, fornecido a ETA. A facilidade com que os empresários conseguiam alimentar o mercado paralelo terá atraído os terroristas bascos.

Algumas armas e explosivos também terão caído nas mãos de assaltantes portugueses, que as utilizavam para arrombar portas e cofres de empresas.



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