O engenheiro florestal e vereador na aposição, Xavier Barreto, recandidata-se pelo movimento independente à Câmara de Boticas, onde quer conciliar o progresso com a sustentabilidade, captar investimento e combater o êxodo rural.

Tal como em 2021, o PS não apresenta candidatura em Boticas e apoia o movimento independente.

“Quero que a minha candidatura seja de todos, para todos. Juntos somos efetivamente mais fortes”, afirmou hoje à agência Lusa Xavier Barreto, com 49 anos.

O candidato adiantou que, se não contasse também com o apoio de alguns militantes do PSD, não pensaria ganhar as eleições no concelho de Boticas.

Desde as primeiras eleições livres em Portugal que o PSD ganha neste município.

Em 2021, o partido social-democrata ganhou com 2.958 votos (73,55%) e elegeu quatro mandatos, enquanto a lista independente conseguiu 643 votos (15,99%) e um mandato.

Xavier Barreto fez as contas e referiu que “com apenas mais 90 votos”, teria elegido dois vereadores nas últimas autárquicas, realçando que, em Boticas, “com três vereadores já seria presidente de câmara”.

“Daí a minha candidatura novamente. Desta vez temos tudo para ganhar”, garantiu.

Fernando Queiroga, que cumpria o terceiro mandato e último mandato pelo PSD, foi eleito deputado.

É a terceira vez que Xavier Barreto encabeça uma lista em Boticas. Em 2013 foi candidato pela CDU (PCP/PEV), coligação em que alinhou por ter “uma veia verde natural e por formação florestal”, tendo criado, em 2021, o movimento pela posição “verde, ecologista e independente” que disse ter “desde sempre”.

Em 1997 foi eleito presidente de junta, na altura “o mais jovem do país”, pelo movimento “Juventude de Couto de Dornelas Independente”.

A candidatura em 2025 é, segundo afirmou, “uma necessidade natural de contrapor a situação em que se vive” em “há muitas vozes que se queixam de opressão por parte do poder instituído no concelho” e “muita gente a pensar que a câmara tem sido apenas mais uma junta de freguesia na vila de Boticas e não uma câmara para o concelho inteiro”.

“Pretendo ser a voz de todos, conciliar, ouvir, resolver de forma democrática e livre. Acredito que posso contribuir para uma sociedade melhor com trabalho, ideias, cooperação e estratégia”, frisou.

São objetivos do movimento “potenciar o turismo, a gastronomia, a paisagem, a cultura com os agentes locais - produtores, profissionais da hotelaria e restauração, associações - com o espírito de cooperação, inclusão e valorização, trabalhar com e para as pessoas”.

“Queremos dar respostas a empresários que querem iniciar, manter e expandir o seu negócio. Captar investimentos, promover o emprego e fixar pessoas. O futuro da nossa terra passa por potenciar os seus recursos, conciliar o progresso com a sustentabilidade, de forma a promover o equilíbrio e combater o êxodo rural”, realçou.

Relativamente à mina de lítio do Barroso, Xavier Barreto disse que não é de “forma alguma contra o lítio”, mas que é “contra a exploração de lítio em locais verdes” e, por isso, referiu que “não é fácil perceber por que razão existe um projeto destes no coração de Barroso”, território classificado como Património Agrícola Mundial.

“A exploração do lítio por aqui vai trazer um enorme prejuízo ambiental num raio de vários quilómetros nos locais onde forem abertas as crateras que estão previstas”, apontou.

E se a exploração avançar, Barreto disse que “não será por vontade pessoal” da sua parte.

“Contudo, tenho noção que temos entidades especializadas para o efeito e não governarei de forma autocrática, as minhas decisões futuras terão que ter sempre em conta a opinião dos munícipes e o respeito por todos os intervenientes”, concluiu.

Para além de Xavier Barreto, são candidatos à câmara do norte do distrito de Vila Real Guilherme Pires (PSD) e José Miguel Fernandes (CDU).

As autárquicas de 2025 devem realizar-se entre o final de setembro e o início de outubro.



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