Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em 1997 ficou a cerca de 400 votos de ser eleito para um lugar de vereação no executivo de Vila Pouca de Aguiar.

Obteve então um dos melhores resultados da CDU no distrito de Vila Real, conseguindo eleger um membro para a Assembleia Municipal.

No total obteve 367 votos (3,6 por cento), tendo a Câmara sido ganha pelo PS, através do actual presidente, Carlos Ambrósio, com 4.636 votos, 45,5 por cento dos votos. O PSD obteve 41,4 por cento e o CDS/PP seis por cento.

Virgílio Alves confessou ao Semanário TRANSMONTANO as suas perspectivas para o futuro, as quais passam pelo desejo de ganhar um mandato no executivo de Vila Pouca de Aguiar, o que o tornaria no "fiel da balança entre o PS e o PSD", as duas forças políticas maioritárias naquele concelho. "Em muitas freguesias do concelho temos este ano pela primeira vez a possibilidade de apresentar listas, o que significa uma maior intenção de voto a nosso favor", diz, confiante, o candidato de esquerda.

"O movimento de apoio à CDU está a aumentar, e, no terreno, estamos já a estabelecer os contactos individuais necessários para darmos a conhecer as nossas propostas e esclarecer as famílias", diz o cabeça de lista.

Entretanto, Virgílio Alves não quis avançar ainda com os nomes das pessoas que o vão acompanhar na lista para as eleições de Dezembro.

A eleição como vereador seria, para o candidato, a "possibilidade de participar de forma mais activa na tomada de decisões políticas para o concelho".

Na opinião de Virgílio Alves, Vila Pouca de Aguiar é um dos concelhos do distrito com menor índice de desenvolvimento nos últimos anos. "Precisa de definir uma estratégia de desenvolvimento ajustada aos recursos endógenos daquela região".

E acrescenta: "não somos apologistas de um modelo de desenvolvimento introduzido pelo exterior, mas sim de uma estratégia que imponha o reinvestimento de grande parte dos lucros alcançados pela exploração das águas minerais e de mesa, das rochas ornamentais, do turismo, do termalismo e da exploração das energias hídrica e eólica".

Virgílio Alves responsabiliza os executivos PSD e PS (no poder há oito anos), pelo atraso do desenvolvimento do concelho, na sua opinião devido à "falta de capacidade de gestão autárquica".

Professor

Natural de Santa Valha, concelho de Valpaços, onde nasceu há 52 anos, Virgílio Alves foi viver para Vila Real, onde ainda hoje reside, para terminar os estudos secundários.

Quando abriu o Instituto Politécnico de Vila Real, que mais tarde se viria a transformar na UTAD, resolveu tirar o curso de Zootecnologia, "um chamamento às raízes", como classificou aquela iniciativa.

Terminado o curso foi convidado para assistente na UTAD, na cadeira de Ciências Agrárias, onde desde 1980, faz carreira académica.

Militante do Partido Comunista Português desde 1974, foi candidato em várias eleições realizadas após o 25 de Abril de 1974, nomeadamente para a Assembleia da Constituinte, Assembleia da República, Parlamento Europeu e autárquicas, designadamente em Valpaços e Vila Real.

O professor é também sócio fundador e actual presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Criadores do Maronês, sócio fundador do Conselho Agrícola de Vila Real e membro do Conselho Regional Agrário de Trás-os-Montes, da Câmara de Agricultura do Norte e dos Corpos Sociais do Sindicato dos Professores do Norte.

Concorre às eleições autárquicas em Vila Pouca de Aguiar pela segunda vez. Neste concelho desenvolveu um trabalho de investigação com vista à elaboração da sua tese de doutoramento sobre a raça maronesa.



PARTILHAR:

Na remodelação das instalações

Termina hoje