O município de Vinhais, um dos maiores produtores portugueses de castanha, celebra durante três dias, entre 25 e 27 de outubro, o mais importante produto económico do concelho transmontano, que espera um ano “positivo” de produção.

A expectativa foi deixada hoje pelas entidades locais na apresentação da Feira Rural Castenea, que há 14 anos é uma montra da importância deste produto no concelho que produz 15 mil das cerca de 40 mil toneladas de castanha em Portugal.

A castanha vende-se mesmo antes de ser apanhada, como realçou o presidente da Associação Florestal Arbórea, Abel Pereira, uma das entidades parceiras da Câmara Municipal na organização do evento.

No certame estarão 90 expositores de castanha e outros produtos regionais, com animação, concursos, gastronomia e jornadas técnicas para informar os agricultores das ajudas e problemas no setor.

A apanha da castanha já começou com a estimativa de este ser um ano “muito positivo a nível de produção, sensivelmente igual ao ano anterior, que foi bom”, como vincou o presidente da Câmara, Luís Fernandes.

A chuva dos últimos dias ajudou a que a produção seja melhor em qualidade e a única dificuldade que parece apoquentar os produtores é a falta de mão-de-obra.

A maioria dos trabalhadores nos soutos é estrangeira, este ano com a presença, pela primeira vez, de indianos, que acabaram a apanha da maçã, em Carrazeda de Ansiães, também no distrito de Bragança, e rumaram a Vinhais.

Segundo o presidente da Arbórea, para colmatar esta dificuldade, “começa a aparecer já alguma mecanização da apanha”, nomeadamente “com os produtores que têm acima de sete, oito hectares a equacionarem” esta solução.

Outro problema com que se depara a produção é a praga da vespa das galhas do castanheiro, que já afeta mais de metade dos mais de sete mil hectares de soutos, mas ainda sem consequências de maior na produção, segundo os responsáveis.

O município de Vinhais fez uma candidatura de um milhão de euros para o combate às doenças do castanheiro, como a tinta e o cancro e, sobretudo, a praga da vespa das galhas do castanheiro.

O concelho tem em curso o combate à vespa com um parasitóide que está a dar resultados, apesar de se prever uma redução na produção nos próximos anos nas áreas afetadas.

A castanha continua, como vincou o presidente da Arbórea, “a ser uma cultura rentável para o agricultor”, com receitas que podem ser dos 500 euros aos 100 mil euros, conforme a dimensão dos mesmos.

Nesta campanha, estima-se que o quilo da castanha seja pago ao produtor a cerca de dois euros.

A Feira Rural Castanea mostra esta realidade e outras atrações do concelho transmontano, onde volta a ser repetente o magusto com o maior assador do mundo.



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