Perante a notícia de que a CP pretende descontinuar o comboio turístico que liga o Porto à Régua, vem a Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) manifestar a sua posição quanto a esta matéria:

Numa altura em que a Região do Douro é cada vez mais procurada pelos turistas estrangeiros, bem como pelos nacionais, a intenção manifestada pela Administração da CP representa um forte prejuízo, não só para a região, que assim se vê privada de um meio de transporte tradicional, como para os turistas, que vêm reduzidas as opções de transporte para conhecer novos destinos, dentro do próprio destino;

O argumento invocado pela CP, da falta de rentabilidade da linha, parece-nos desajustado, principalmente numa altura em que o território em questão recebe 4,3 milhões de turistas por ano, boa parte destes com vontade de visitar a mais antiga região demarcada de vinhos do mundo, que é o Douro. Os números disponíveis indicam que a maioria dos turistas que nos visitam não vem de carro e não quer conduzir, para poder usufruir da deslumbrante paisagem em toda a sua plenitude, pelo que a existência deste percurso turístico de comboio é, seguramente, uma alternativa válida e uma evidente mais-valia;

O turismo na região do Douro tem vindo a crescer de forma muito considerável e a esbater a dificuldade que representa a sazonalidade. Quando tanto se fala na necessidade de dinamizar o interior do país, uma decisão destas, tomada por uma empresa de serviço público, parece-nos desalinhada com a vontade demonstrada pelas entidades governamentais de apostar numa política de desenvolvimento das regiões do interior;

Para o seu mandato, Luís Pedro Martins elegeu como uma das prioridades o combate às assimetrias regionais em termos de número de visitantes e da duração média de estadia. A suspensão de um meio de transporte alternativo, capaz de proporcionar uma inesquecível experiência lúdica, é um revés significativo para esta estratégia.

A TPNP manifesta, assim, total discordância com a posição da CP e faz um apelo para que a decisão seja revertida.

Foto: Gonçalo Villaverde



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