Inspirados na dança que antecede os jogos da selecção de râguebi da Nova Zelândia, um grupo de amigos de Montalegre decidiu criar uma representação semelhante para o Barroso.

Copiaram a coreografia, adaptaram a letra, gravaram tudo e puseram o vídeo no sítio da net da TV Barroso. Resultado poucos dias depois, o vídeo da Haka Barrosã já circulava de mail em mail e a letra de boca em boca. Hoje, só no YouTube, o vídeo já foi visto por mais de 50 mil pessoas.

E, em breve, deverá tornar-se em spot oficial do concelho. Os jovens de vinte e poucos anos, os Chouribebes do Barroso, como se auto-intitulam, ganharam fama local. E não só. No dia 25 de Abril têm marcada a primeira estreia fora de Montalegre. Vão animar um jantar de estudantes em Miranda do Douro, com a representação ao vivo da Haka.

E o que é, afinal, a Haka Barrosã? Um vídeo caseiro com menos de um minuto, que põe frente a frente a equipa neozelandesa de râguebi e seis barrosões, que não se deixam intimidar pela dança guerreira dos adversários. E porquê tanta confiança? Porque são de Montalegre e nesta terra não falta nada.

Ou quase nada. «Há bruxedo, há batata, há centeio, há chegas de bois, há cabrito, há vitela, há fumeiro, há castelo, há Larouco, há presunto, há chouriça e há vinhaça....». A letra da Haka surgiu «de repente».
«Tentamos resumir o que temos. E é bastante!», explica Luís Pereira, que, por ser o autor da letra, ganhou a alcunha de Tony Carretas. Marco Sousa, ou doutor palestra, uma espécie de relações públicas do grupo, acrescenta em relação ao conteúdo «é um regresso ao mais básico, ao mais tradicional e que é o que, afinal, Montalegre pode proporcionar. Não íamos fazer aqui publicidade ao Macdonalds«.

Para ensaios antes da gravação também não houve grande tempo. «Ensaiamos apenas uma hora antes. Tivemos de repetir para aí 10 ou 15 vezes o «Sketch», contam. Resultado como no final da dança caem, e a relva do campo de futebol onde gravaram estava molhada, ficaram todos molhados. Mas ninguém se constipou.

Em breve, em Abril, ao que tudo indica, os jovens deverão repetir a gravação. Mas, desta vez, com recurso a um operador de câmara profissional. A primeira filmagem e a montagem foi feita por pessoal da TV Barroso. O guarda-fatos improvisado da primeira gravação também será substituído. Os novos fatos de «barrosões» já estão quase costurados. Os custos da nova produção serão patrocinados pela Câmara Municipal que irá institucionalizar a «brincadeira», tornando-a numa espécie de cartaz de apresentação do concelho de Montalegre em determinados eventos culturais, como as sextas-feita treze ou a Feira do Fumeiro. «A ideia é excepcional e é de aproveitar, agora tem apenas que ser trabalhada, embora com cuidado para não se desvirtuar o original», justificou o presidente da Câmara de Montalegre, Fernando Rodrigues. Não está tudo. Falta ainda apresentar as restantes personagens da Haka.

O mato-bicho, o txia-pneu, o lima-artestas, o judeu, o espalha brasas, e o maquestes, que é como quem diz o Paulo Dias, o João André, o Júlio Lopes, o Luís Batista, o Hugo Ramos e o André Batista. E, por fim, porque o vídeo vale mais que os mais de três mil caracteres do artigo a tentar explicar a Haka Barrosã, fica o endereço onde pode ser visionado http://www.tvbarroso.com/.



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