A Câmara do Peso da Régua contabiliza estragos na ordem dos 1,3 milhões de euros, principalmente nas estradas do concelho, devido a derrocadas de pedras e terras, e aluimentos provocados pela precipitação intensa das últimas semanas.

“Já estamos com valores de prejuízos que estimamos que andam na ordem de 1,3 a 1,4 milhões de euros. O grosso é nas derrocadas que têm acontecido nas vias que são da nossa responsabilidade”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da autarquia do distrito de Vila Real, José Manuel Gonçalves.

A precipitação intensa das últimas semanas provocou várias derrocadas no concelho e ainda a subida do caudal do rio Douro, que inundou os dois cais fluviais e a ecovia, uma ocorrência que se traduz na necessidade de proceder a operações de limpeza na zona ribeirinha.

Desde dezembro, segundo o autarca, houve três episódios diferentes de mau tempo e, cada um deles, trouxe “novos agravamentos”, nomeadamente nas vias.

“Temo que possam aparecer mais nos próximos tempos se voltar a persistir este tempo que tem estado, de bastante pluviosidade”, apontou.

O município já remeteu o relatório dos prejuízos para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e, segundo o autarca, aguarda-se “também que o Governo decrete os apoios no âmbito do fundo de emergência”.

“Mas há vias em que nós já estamos a avançar, porque impõem o restabelecimento e a segurança da via para as pessoas”, salientou José Manuel Gonçalves.

Esta semana começa a intervenção na Estrada Municipal 313-1 entre a barragem de Bagaúste e a aldeia de Covelinhas, cortada ao trânsito desde 13 de dezembro devido a deslizamento de terras e pedras de grande dimensão, em consequência da chuva intensa.

No local, foi também detetado o perigo de queda para a via de outras pedras de grande dimensão e o plano de intervenção delineado inclui a retirada de “todos os blocos de granito que estão a provocar instabilidade na encosta, e, depois, fazer a consolidação dessa encosta”.

O presidente estima que a intervenção se prolongue por um mês, no entanto, disse esperar que a “circulação possa ser restabelecida antes, assim que haja condições de segurança para o mesmo”.

“O objetivo é conseguir-se uma efetiva estabilização de toda aquela encosta, para que não volte a acontecer uma situação semelhante”, frisou o autarca.

Uma primeira estimativa apontava para um custo de 300 mil euros, mas, apesar da urgência, o município decidiu lançar um concurso público e a obra foi adjudicada por 200 mil euros.

A EM 313-1 permite uma ligação mais curta à Régua e a alternativa implica apenas um “constrangimento de cerca de 10 minutos a 15 minutos” por Canelas.

No entanto, um outro acesso de Covelinhas, por Galafura, foi também afetado pelo mau tempo, estando a via condicionada a uma faixa de rodagem num dos troços da estrada.

José Manuel Gonçalves disse que se verificaram ainda deslizamentos para a estrada que liga a Régua à barragem de Bagaúste, uma das situações aconteceu na semana passada e interrompeu também aquela via.

Quanto à subida do caudal do rio, o autarca fez questão de assinalar a melhoria que “tem existido na monitorização e gestão do caudal do Douro e seus afluentes e das barragens”.

“Melhorou de forma muito significativa a gestão e o controlo das próprias cheias. Não houve cheia, apesar do rio sair do leito normal, não saiu do seu leito natural e, portanto, houve uma gestão bastante eficaz”, salientou.

Estes episódios, na sua opinião, “vieram provar que, com uma gestão eficiente, medidas que muitas vezes castram o desenvolvimento dos territórios, não têm de ser tão restritivas só para mascarar a ineficácia da administração central”.

“Temos aqui um exemplo que eu espero que permita, rapidamente também, que se amenize e se analise de uma outra forma a relação que nós temos entre a nossa zona urbana e o rio”, defendeu.



PARTILHAR:

Desportivo de Chaves e Arouca empatam com golos de penálti

Mudança do contador justifica falta de aquecimento no tribunal de Mogadouro - IGFEJ