O PSD candidata pela segunda vez Mário Varela à Câmara de Sabrosa para, após 20 anos de governação socialista, tirar o concelho da cauda do desenvolvimento do distrito e aproveitar as potencialidades de estar no coração do Douro.

O candidato descreveu “uma profunda revolta” porque, depois de 20 de governação do PS no concelho, Sabrosa encontra-se na cauda do distrito em termos de desenvolvimento. “E não há forma de sairmos desse lugar”, afirmou hoje à agência Lusa.

Com 56 anos, Mário Varela é empresário e vereador da oposição na câmara, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Sabrosa, pertencendo ainda ao conselho geral do Agrupamento de Escolas Miguel Torga.

“São 20 anos em que não são privilegiados de forma alguma investimentos estruturantes que possam catapultar o concelho para níveis de desenvolvimento que seriam mais normais dada a localização do nosso concelho no coração do Douro”, afirmou.

Mário Varela disse que não se tem “aproveitado nada” da potencialidade turística deste território que tem uma localização privilegiada no coração da região do Douro.

“São milhares de pessoas que anualmente passam aqui por Sabrosa e nós não conseguimos tirar absolutamente nenhum dividendo relativamente a essa situação”, frisou, realçando que há oito anos não há, na sede do concelho, “uma única cama para os turistas dormirem”, depois do encerramento de uma unidade turística com 50 quartos sem qualquer intervenção para o impedir por parte da câmara.

Isto é, para Mário Varela, “qualquer coisa de surreal”.

“Nós não tivemos a capacidade de, nos últimos anos, realizar investimentos e investimentos que fossem impactantes ao nível do turismo, que atraíssem os turistas, que conseguíssemos de alguma forma equilibrar o concelho em termos de desenvolvimento”, referiu.

A porta de entrada a sul do concelho faz-se pelo rio Douro, mas para o candidato é preciso atrair os turistas para o norte.

O cabeça de lista do PSD defendeu uma aposta em habitação a preços atrativos para atrair população a Sabrosa, nomeadamente do concelho de Vila Real, onde os “preços da construção são absolutamente exorbitantes e proibitivos para os jovens”.

“Podíamos entrar aqui numa lógica de alguma competitividade relativamente a Vila Real, que é o nosso concelho vizinho. Mas nem isso conseguimos, infelizmente. Nós vivemos há 20 anos com uma visão absolutamente pequena e provinciana daquilo que são os interesses públicos aqui em Sabrosa”, frisou.

Mário Varela defendeu ainda para o concelho uma ligação à Autoestrada 4 (A4) pela zona de Lamares e a construção de um “verdadeiro pavilhão multiúsos”, referindo que o que foi construído em Paços e custou quatro milhões de euros não serve os interesses da população.

“Vinte anos que nos condenaram a esta cegueira, a esta falta de capacidade de implementar investimentos estruturantes”, apontou.

Às eleições autárquicas de 12 de outubro concorrem ainda Helena Lapa, que se recandidata pelo PS a um segundo mandato, Jacinta Rocha (Chega), Mafalda Ferreira (CDU) e Eduardo Mesquita (CDS-PP).

O PS venceu as eleições com 1.218 votos (28,86%) e elegeu dois mandatos, o movimento Já! obteve 1.153 votos (27,31%) e dois mandatos e o PSD conseguiu 1.150 votos (27,25%) e um mandato.



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