O presidente da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães (AFUVOPA), Luís Vila Real, pediu hoje apoios para os produtores de maçã de Carrazeda de Ansiães instalarem sistemas anti-granizo na região.

“Nós precisamos de apoios para instalação de sistemas de proteção. Sejam sistemas de telas anti-granizo, ou então uns mais fáceis de instalar e muito mais baratos, que são as torres anti-granizo. Já têm provas dadas em Movimenta da Beira, em Armamar e pelo mundo. Só que o Governo insiste em não apoiar essa medida e estamos de mãos atadas”, afirmou ainda.

Este ano, as perdas na colheita da maçã naquela concelho, o maior produtor de Trás-os-Montes, rondam os 95 a 98%, consequência do granizo que se abateu na região entre o final de maio e o início de junho.

Dos 600 hectares de pomar do Planalto de Ansiães, cultivados por cerca de 45 agricultores, apenas cerca 10% têm atualmente proteção com telas anti-granizo.

“As telas têm um custo de 30 mil euros por hectare e é de difícil e demorada implementação. Tendo em conta que nos anteriores programas de financiamento que estiveram abertos os valores de referência eram pré-pandemia, e que agora os custos subiram exponencialmente, não há qualquer capacidade dos agricultores”, justificou Luís Vila Franca.

Para o presidente da AFUVOPA, a solução mais vantajosa seria a torre anti-granizo.

“A torre anti-granizo é um sistema que faz um disparo de uma onda de choque para as altas camadas da atmosfera onde se forma o granizo e dissipa-o antes de atingir o solo”, explicou Luís Vila Real.

Luís Vila Rela lança contas à instalação destas proteções em Carrazeda de Ansiães.

“No concelho de Carrazeda de Ansiães, a instalação das telas rondaria os 18 milhões de euros e as torres anti-granizo entre os 750 e os 800 mil euros e seria possível instalá-las num mês. É uma diferença brutal. Só que continua a haver uma resistência enorme por parte do Estado em apoiar essa medida. Por exemplo, com uma comparticipação de 50% do Governo, entre os 350 ou 400 mil euros de ajuda do Estado, conseguiríamos proteger o núcleo-duro da produção”, concluiu.

Quanto aos apoios anunciados pelo Governo em junho, de um máximo 55 euros por hectare de área afetada para minimizar os efeitos do granizo, Luís Vila Real disse à Lusa serem insuficientes.

“É uma brincadeira de mau gosto. Porque só um tratamento de uma aplicação foliar fica muito mais caro do que isso. E estamos a falar de 17 a 18 tratamentos por campanha. Alguns tratamentos ultrapassam os 150 euros por hectare. E nestes casos não resolve absolutamente nada. O mal já está no terreno”.



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