O novo presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, prometeu hoje uma “governação transparente” e manter um diálogo com os funcionários municipais “para que não se sintam pressionados” ao longo do seu mandato.

“Quero que os funcionários da câmara não se sintam pressionados e devolver o orgulho para que se sintam novamente funcionários da autarquia. Uma das minhas primeiras medidas será uma reunião com o quadro de pessoal e de seguida com os trabalhadores que estão a recibos verdes [prestadores de serviços]”, afirmou Nuno Ferreira, eleito pelo PS, com maioria absoluta.

Nuno Ferreira, que hoje tomou posse numa cerimónia em que a autarca cessante Maria do Céu Quintas não participou, mostrou ter preocupações com o quadro de pessoal da autarquia e com aqueles que estão a recibos verdes, adiantando que “cada um desempenhará as funções que lhe estão inerentes”.

“Quanto ao pessoal a recibos verdes, vamos analisar cada caso. Agora, não vamos pagar a quem fica em casa a receber sem fazer nada”, disse.

  Afirmando que tem vários projetos em mente para os próximos quatro anos de governação, o presidente da câmara começou por apontar como prioridade a requalificação da área envolvente do castelo da vila do distrito de Bragança.

“A requalificação da área envolvente ao castelo será uma das minhas primeiras medidas, até para devolver a estabilidade aos munícipes de Freixo de Espada à Cinta que se opuseram totalmente ao projeto com a colocação de torres em aço e que nunca foi discutido em nenhuma reunião de câmara ou colocado em discussão pública. Vamos repor a verdade dos factos e repor os factos sobre o projeto e incrementar que em breve anunciaremos o que iremos ali fazer”, vincou.

Nuno Ferreira disse que outras das suas propostas passa pela saída do município da empresa das Águas do Interior Norte (AdIN), justificando que o preço pago por metro cúbico da água no concelho de Freixo de Espada à Cinta “é demasiado exagerado” para a população.

“Temos no concelho de Freixo de Espada à Cinta faturas que antes eram de 20 ou 30 euros e agora custam 70, 80 ou até 100 euros e dessa forma estarei sempre ao lado da população e nunca do lado da AdIN. E por isso fui eleito e vou devolver a estabilidade financeira aos munícipes do meu concelho”, vincou.

O eleito foi mais longe ao afirmar que não vai tolerar que uma empresa como a AdIN “coloque as juntas de freguesia do concelho em tribunal e tome à força e à revelia aquilo que já existia nestas localidades”, como as infraestruturas para o abastecimento de água.

“Será um dossiê que iremos trabalhar com toda a tranquilidade. Iremos reunir com os responsáveis pela AdIN e expor toda a situação sem perder a noção de todo este processo se iniciou em 23 de dezembro 2016”, frisou Nuno Ferreira.

Já no campo da saúde, o autarca disse que pretende a modalidade de “consulta aberta no centro de saúde local 24 horas por dia”, tendo tido já conversações com a Unidade Local de Saúde do Nordeste, adiantando que esse “custo terá se de suportado pelo município”.

Também a educação é outra das prioridades para este mandato, disse, pretendendo prolongar o ensino até ao 12.º ano de escolaridade no concelho, através do ensino técnico profissional.

“Nós, ao longo do nosso processo eleitoral, fomos reunindo com várias entidades para ver o que era possível colocar no nosso manifesto eleitoral, como a consulta aberta 24 horas por dia ou o prolongamento do ensino até a 12.º ano de escolaridade”, exemplificou o novo presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta.

A grande ausente da sessão foi a anterior presidente da câmara e candidata pelo PSD, Maria do Céu Quintas, que acabou por não tomar posse como vereadora.

“Não vou ser hipócrita e digo que estranhei a ausência. Os eleitores de Freixo de Espada à Cinta merecem o nosso respeito, independentemente de em quem tenham votado”, observou Nuno Ferreira.

Freixo de Espada à Cinta foi o concelho do país que registou a mais baixa taxa de abstenção, com uma percentagem a rondar os 20%.

O PS venceu com maioria absoluta, com 62,97% dos votos, contra 32,64% obtidos pelo PSD.



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