O presidente da Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD) disse hoje aguardar com “muita expectativa” a 31ª Cimeira Ibérica, no que respeita a ligações rodoviárias entre Espanha e Portugal, comunicações móveis e internet.

"Elaborámos um conjunto de propostas concretas que gostaríamos que fossem debatidas na Cimeira Ibérica e mantemos elevadas expectativas em relação ao futuro das regiões de fronteira. Das propostas destaco o prolongamento do IC5 para Espanha, a ligação viária entre Macedo de Cavaleiro, Vinhais e Godinha (Galiza) e a rodovia que ligue Bragança e a Sanabria", concretizou Artur Nunes.

Em declarações à Lusa, a poucos dias da Cimeira Luso-Espanhola, o também presidente da câmara de Miranda do Douro, no distrito Bragança, garante que estas ligações viárias são importantes para o desenvolvimento do Norte de Portugal e da província Espanhola de Castela e Leão.

A extensão da Autoestrada (A4), que liga a Área Metropolitana do Porto a Bragança, à fronteira de Quintanilha é outra das prioridades, uma promessa que tem sido anunciada por sucessivos governos.

Ao nível ferroviário, os autarcas dos dois países defendem o prolongamento da Linha Douro do Pocinho a Barca d' Alva, no distrito da Guarda, com a consequente ligação à cidade espanhola de Salamanca.

"Esta é uma reivindicação antiga das populações raianas de um lado e do outro da fronteira. A ligação ferroviária entre todas as capitais de distrito é outra das ambições, importante para desenvolvimento económico e turísticos dos territórios ", enfatizou o autarca.

A transformação do Aeródromo Municipal de Bragança em aeroporto regional, com voos regulares para Espanha e para outros países europeus, é outra das propostas que seria importante debater.

A criação de uma plataforma logística no Nordeste Transmontano é, segundo o presidente da AIMRD, outra das ambições para a região que traria "uma outra centralidade ao interior".

Para Artur Nunes, as ligações móveis terrestres, um modelo de internet rápido e funcional seria uma forma de fixar populações e empresa no interior e essa questão já foi colocada aos dois governos ibéricos.

"Temos de ter a melhor oferta tecnológica para que as empresas e as pessoas possam instalar-se no território do interior peninsular. Se tivermos a tecnologia 5G, toda esta região de fronteira vai assistir a uma grande evolução comercial e empresarial ", vincou.

Questionado pela Lusa em relação à criação da figura de trabalhador transfronteiriço e de um documento único de circulação para harmonizar a passagem de menores entre Portugal e Espanha, Artur Nunes considerou-a importante.

"Esta medida nunca foi legislada. Há uma necessidade urgente de avançar com este processo, que vai permitir e criar esta figura de trabalhador transfronteiriço. Como a proposta está em cima da mesa, só espero que seja concretizada", indiciou o responsável.

Para Artur Nunes era muito "proveitoso" avançar de imediato com a criação da figura de trabalhador transfronteiriço.



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