Uma semana depois, a vila de Freixo de Espada à Cinta ainda recupera da enxurrada. Ninguém se mostra capaz de avançar números concretos, mas estima-se que os prejuízos atinjam vários milhões de euros, que o número de famílias atingidas ronde as 180, tendo sido apresentadas cerca de 200 participações relativas a danos no Gabinete de Crise.

Este gabinete, apesar de ter encerrado oficialmente as portas na passada quarta-feira, vai continuar a receber as participações dos munícipes por mais uma semana, já que número de pessoas atingidas tem vindo a aumentar.

Ontem, ainda eram visíveis as marcas da intempérie roupa a secar, móveis, carros, casas e electrodomésticos estragados, num cenário que a população não esquecerá tão cedo. Até porque a maioria não tem seguros que cubram esta situação.

\"As limpezas ainda se vão prolongar por mais duas semanas. As solicitações são muitas e não temos mãos a medir. As pessoas têm de ter paciência\", diz Nuno Almeida, comandante dos Bombeiros Voluntários de Freixo de Espada à Cinta.

António Alegre, proprietário de uma casa manuelina na zona da Fonte Seca, umas das mais afectadas pela enxurrada, aponta o dedo à Câmara, uma vez que, argumenta, \"o assoreamento de um ribeiro, que corre na parte baixa da vila, não foi a melhor opção. A intervenção tem de ser revista, caso contrário o problema pode repetir-se\".

Azeite, queijo e fumeiro

Muitos são os que querem contar a sua história ao JN. \"Tudo que tinha na despensa foi por agua abaixo azeite, queijo, fumeiro, e ainda a roupa de Inverno, móveis. Foi desolador\", afirmava, emocionado, Afonso Corvo, contabilizando os prejuízos em mais de 60 mil euros.

Pedro Sá Mora, vice-presidente da Câmara, disse, ao JN, que a cada dia que passa são mais visíveis os prejuízos. A agricultura também sofreu, com os muros que delimitam as propriedades arrancados, os pontões destruídos, caminhos que têm de ser desimpedidos e muitas culturas perdidas.

\"Para se ter um ideia do prejuízos, só na recuperação de murros prevemos gastar cerca de 600 mil euros\" sublinha o autarca.

Os danos psicológicos também sãoelevados. E os técnicos da Segurança Social vão permanecer no terreno até ao final da próxima semana.



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